O Protagonismo de Moro
O juiz Sérgio Moro errou ao ligar para Jair Bolsonaro e parabenizá-lo pela vitória alcançada no segundo turno. Errou ao manifestar regozijo ao convite feito pelo presidente eleito para assumir ou o Ministério da Justiça ou uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Errou ao publicar nota afirmando que “ a menção pública de seu nome para compor o Supremo Tribunal Federal o deixa honrado com a lembrança”.
Moro precisa entender que, como juiz, não é protagonista de nada. É apenas um juiz com a função de praticar a justiça. Mas as luzes das câmeras o atraem e ele esquece a toga para ser um igual. Não percebe que como eventual ministro da justiça todas as suas ações poderão ter suspeitas arguidas. Afinal, terá uma função essencialmente política, adversa daquela que a magistratura lhe confere.
TODOS OS HOMENS DE
WILSON LIMA NA TRANSIÇÃO
A equipe de transição do governador eleito, Wilson Lima, tem nomes de peso e de custo alto. No máximo vão prestar uma assessoria técnica. O pagamento por esse trabalho ou será bancado pelo PSC, Partido do governador, ou pelo contribuinte. É muito provável que essa conta saia do bolso dos amazonenses. É incontestável a experiência de David Uip na área da saúde. Mas também é sabido que ele não faz nada de graça.Uma assessoria de Uip não custa menos que R$ 2 milhões. Gabriel Chalita é outro nome polêmico.
O consultor Humberto Laudares faz consultoria. Apenas isso. Vai avaliar documentos e apontar caminhos. Depois segue para São Paulo.
O que falta nessa comissão de transição anunciada nesta terça-feira pelo novo governador não é capacidade técnica, é seu custo para a sociedade. Um pouquinho de transparência nesses contratos, se é que existem formalmente, já sinalizaria que as boas intenções do novo governador não está apenas no bico, ou melhor, nas palavras.
ASSUNTOS: Bolsonaro, Moro, sergio moro
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.