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Sexo, crime e delação têm relação íntima com momento politico


Por Raimundo de Holanda

01/06/2016 23h48 — em
Bastidores da Política



Num país movido a crimes e pecados, as traições são o ‘prato do dia’ mais consumido nas mídias e nas conversas de redes sociais. Seja nas revelações novelescas e comprometedoras dos delatores da Lava Jato; ou nos depoimentos ‘picantes’ e passionais de casos como o da socialite amazonense Marcelaine Schumann, o tempero da traição é o mais apreciado pelos consumidores ávidos por ‘julgamentos’. Se no eixo Curitiba-Brasília os próceres da República alimentam a ânsia insaciável  por escândalos, no fórum de Manaus as revelações pecaminosas de Marcelaine mobilizam as atenções do universo online e do mundo real para as dores e sofrimentos que ela e o amante Marco Souto causaram a duas famílias traídas e humilhadas.

Afinal, sexo e traição são os assuntos que mais atraem a atenção das pessoas; e que estão em relação íntima com o momento político brasileiro. Tão íntima que a todo momento alguém é ferido de morte por seu veneno, tal qual Lula quando viu e ouviu voto de Tiririca pelo impeachment de Dilma: “Eu não acredito que esse cara fez isso!”

Ou quando executivos da Andrade Gutierrez revelaram que o senador Eduardo Braga recebeu propina durante seis anos:”Trata--se de uma denúncia absurda, que não encontra qualquer amparo na realidade do meu governo, que sempre se pautou pelo respeito à coisa pública”.  Mais assustado do que surpreso...

BRAGA LUTA PARA SALVAR DILMA

Por falar em Eduardo Braga, ele voltou a se aproximar da presidente Dilma e tem trabalhado para conseguir adeptos a tese de que ela não cometeu crime de responsabilidade e que, portanto, não se justifica o processo de impeachment. Se a votação do impedimento definitivo da presidente   alcançar  apenas 53 votos a favor do afastamento, o processo será arquivado  e ela volta com pompas a ocupar o Palácio do Planalto. Na votação de seu afastamento por 180 dias houve o voto de 55 senadores, um  a  mais do que o necessário.  

 CULPA DO GOVERNO DO PT

Defendendo os ajustes do governo que  estão estimulando a oposição a ‘fomentar’ protestos, o líder David Almeida disse ontem que o Amazonas está sendo vítima da má administração do governo Dilma. Comparando as perdas, o Brasil perdeu 3,5% enquanto o Amazonas 9,3% da sua arrecadação com a crise econômica. “Graças aos ajustes, o Estado não se encontra na situação do RS, SP e RJ, que estão atrasando pagamentos de salários e de fornecedores.” Ele apontou que 82% das verbas da saúde do Amazonas vêm do bolso dos amazonenses, e somente 18% são repasses da União. Com os cortes federais, caiu o dinheiro de lá e o daqui.

SEM DINHEIRO

Também falando de crise, Orlando Cidade informou que na duplicação da rodovia AM-070 Manaus-Iranduba-Manacapuru, a construtora está há seis meses sem receber, porque os recursos são do BNDES, que não fez o repasse das parcelas e a construtora teve de retirar as máquinas da estrada.

VARA SEM JUIZ

A 2ª Vara de Humaitá, no Vale do Rio Madeira, está sem juiz e pode fechar para balanço, informou ao Portal do Holanda o deputado Belarmino Lins (PROS), que está apelando ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) em favor do município. Segundo Belão, a Vara acumula 2.500 processos e cerca de 50 presos com prazos excedidos. Até pouco tempo era um juiz de Maués, no Médio Amazonas, quem respondia pela Vara, mas ele apareceu no município uma única vez. “A população humaitaense vive um quadro desesperador”, garante o deputado.

“Facada nas costas, isso é roubo”

“A Marinha do Brasil parece estar disposta a cobrar tributo sobre tudo o que flutua”, desabafa o deputado Dermilson Chagas (PEN) ao confessar sua indignação com uma audiência pública anunciada pelo Governo Federal, mas ainda sem data marcada para acontecer, com a finalidade de debater sobre os novos polígonos dos portos públicos.
“Querem estender tudo para cobrar mais tributos ao povo do Amazonas e ao povo de outros estados. Não é essa a solução para a crise brasileira. Daqui a mais um tempo vão estender a ganância tributária de Tabatinga, no Alto Solimões, a Envira, no Alto Juruá. Pelo amor de Deus, não há nada que justifique tanto absurdo, trata-se de uma facada nas costas do povo do Amazonas, isso é roubo”, diz o parlamentar.

 

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ASSUNTOS: Amazonas, crime e castigo, delação, Manaus, traição

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.