Compartilhe este texto

A segurança que a PM do Amazonas dá a um suposto criminoso


Por Raimundo de Holanda

12/08/2021 20h22 — em
Bastidores da Política



A Polícia Militar do Amazonas não abriu ou não tornou público, como deveria, uma investigação sobre a utilização de arma da corporação pelo coronel da reserva Daniel Piccolotto, preso na operação Garimpo Urbano do Gaeco-MP-Am e Polícia Federal em  9 de Julho, mas  a corregedoria da PM disse ontem que abriria imediatamente procedimento para investigar o soldado flagrado supostamente fazendo segurança para o médico Mouhamad Moustafá.

Embora na reserva, Piccolotto estava com uma  arma que pertencia a PM e ele se identificou como coronel, ao ser abordado pelo Gaeco. A arma, encontrada em seu poder, já configura um privilégio. Quem o concedeu? Algum superior? Cabe uma investigação interna que a PM parece se recusar ou entender não ser necessário fazer.

Os dois casos não são análogos.

O primeira mostra um coronel envolvido com uma quadrilha.

O segundo, apenas ilustra o que é corriqueiro na força. Policiais violando o principio de que a farda que vestem tem uma simbologia ligada ao interesse marcadamente coletivo. E dele não podem se afastar.

LEIA TAMBÉMCoronel ameaçava:"Se for preso, vou sair e caçar um por um"'

A questão mais importante nesse episódio é saber se os policiais estavam dando segurança a um suposto criminoso, por ordem superior, ou sendo pagos para um trabalho extra dentro do horário de serviço.  O que seria muito grave.

A Polícia Militar, tão mal falada nos últimos tempos, não pode descer ao nivel da prostituição ou do  tudo por dinheiro.

LEIA MAISA Inteligência criminosa do governo do Amazonas

O mais salutar seria uma mudança do quadro de comando, uma renovação de valores, o que parece no momento politico vivido no Amazonas, mera utopia.

Afinal, o governo de certa forma apodreceu. E  sua  decomposição acelera a degeneração de tudo ao seu redor.

Siga-nos no


Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.