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Saiba por que o Amazonas está perdendo a batalha contra a Covid 19


Por Raimundo de Holanda

02/01/2021 20h21 — em
Bastidores da Política


  • Como se vivessem em uma bolha, governo e população não entenderam os alertas que eram dados em todo o mundo. Ninguém assistia TV? Ninguém lia jornal? Num rompante de quem havia acordado de um coma induzido, o governador Wilson Lima baixou um decreto em dezembro suspendendo atividades não essenciais. O que fez a população? Protestou. O que fez Wilson, recuou.

O governo do Amazonas deu-se conta, finalmente, do grave problema de saúde pública vivido pelo estado, com o avanço da pandemia de Covid 19. A campanha publicitária exibida no rádio e na tv admite que o Estado vive uma guerra e finaliza com uma pergunta,  que é mais um chamamento à consciência coletiva:  “De que lado você está?”   Ambos - governo e sociedade - pareciam até aqui viver num exoplaneta, longe  do sistema solar, indiferentes a uma pandemia que mexia com o mundo, matava  pessoas, atropelava economias, mobilizava a ciência.

Alertas não faltaram de que o pior ainda estaria por vir.

Os 5.325 mortos contabilizados no Amazonas e o crescente número de novos infectados despertaram a todos para uma realidade amarga, que vai durar ainda muito tempo, com o esgotamento da capacidade de atendimento da rede  hospitalar -  por mais que leitos novos venham ser disponibilizados.

Não é exatamente uma guerra- como diz a publicidade do governo -  é uma tragédia sem paralelo na história do Amazonas, proporcionalmente o Estado com mais casos e mortes.

Como se vivessem em uma bolha, governo e população não entenderam os alertas que eram dados em todo o mundo. Ninguém assistia TV?  Ninguém lia jornal?  Num rompante de quem havia acordado de um coma induzido, o governador Wilson Lima baixou um decreto em dezembro suspendendo atividades não essenciais.  O que fez a população? Protestou. O que fez Wilson, recuou.

Agora, uma nova determinação judicial tenta colocar um freio no desgoverno e,  quem sabe, conter as aglomerações, o que deve reduzir o número de transmissibilidade do vírus.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.