Pai: a espera de um gesto esquecido
A ideia do dia dos pais esconde um objetivo cruel: o lucro - da indústria e do comércio. Diferentemente das mulheres, que gostam de presentes, o homem prefere um abraço. Mas esse é um gesto esquecido...
É também um dia de reflexão. Não é fácil ser pai porque os filhos nunca deixam de ser crianças, a se passar por crianças. E nunca deixamos de trocar suas fraldas porque eles nunca estão seguros, nunca percebem que o tempo passa e que precisam criar raízes, ou se tornar andantes na estrada da vida.
Nesses anos tenho procurado dar tudo de mim sem pedir nada em troca, embora sejam rotineiros momentos de alegria quando sinto que eles sobem um degrau, ou remam para a outra margem do rio, onde estou ou já estive em uma fase da minha vida. Não é fácil atracar nesse porto.
Minha expectativa é que cheguem do outro lado e, quando forem pais ou mães, não esqueçam que família é tudo.
Um abraço para meus filhos: Estrela - minha luz, Marcos, que ainda procura um norte, e para Samara - essa já atravessou o rio e espero que siga essa estrada com altivez e coragem. Sem olhar para trás...
ASSUNTOS: Dia dos Pais
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.