O melhor rosto para governar o Amazonas
A responsabilidade do eleitor na hora de votar é grande. Precisa eleger alguém com qualificação não apenas para governar durante uma crise, que parece duradoura, mas manter canais abertos com o governo federal. Os problemas a partir do próximo ano serão muitos, inclusive os não solucionados, como a insegurança quanto as vantagens comparativas das indústrias estabelecidas em Manaus. Se cairem, será um caos além da crise natural que colocará sombras sobre o destino do Amazonas e do País.
O próximo governador vai encontrar um Amazonas mais pobre, com menos recursos para investimentos. Não se trata de pessimismo. São os rumos que a economia do Estado (e do País) está tomando. Ano passado a arrecadação somou R$ 25,5 bilhões, mas não havia uma recessão em curso - apesar da pandemia. Não havia o impacto da guerra da Ucrânia nos preços de produtos essenciais - que estão na mesa dos amazonenses - nem nas importações de insumos pela indústria, ou restrições ao crédito diante do aumento excessivo dos juros.
Menos consumo, menor a arrecadação, com impacto nos repasses para o Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas - órgãos essenciais, mas que gastam além do aceitável, especialmente com pessoal, e que, com rapasses em grau menor devido a um recuo da arrecadação, terão dificuldades em pagar servidores e de atuar.
E os problemas crescerão à medida que os repasses de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Estado e o Município cairem. 1 - porque o governo federal deve arrecadar menos e os repasses serão menores; 2 - porque com a aprovação do projeto que autoriza o ensino em casa (homeschooling), que deverá ser sancionado pelo presidente Bolsonaro, menos alunos matriculados na educação básica, menos recursos para Estados e Municípios.
Quer dizer, na ponta, professores e servidores da educação serão afetados, assim como a manutenção das escolas de tempo integral.
São problemas gravíssimos, que aumentam a responsabilidade do eleitor na hora de votar. Não basta nome, o melhor sorriso. É preciso eleger alguém com qualificação não apenas para governar durante uma crise, que parece duradoura, mas manter canais abertos com o governo federal.
Os problemas serão muitos, inclusive os não solucionados, como a insegurança quanto as vantagens comparativas das indústrias estabelecidas em Manaus. Se cairem, será um caos além da crise natural que colocará sombras sobre o Amazonase o País.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.