O diabo e o 'rei Jair Bolsonaro' - a batalha do mal contra o bem
O Diabo sempre fez parte de nossos medos e a Igreja Católica utilizou muito dessa figura mítica para controlar seus fiéis, vendê-los como gados em currais para governos autoritários em um tempo que valia o que o padre afirmava do alto de um púlpito. Com o declínio da Igreja Católica e o aparecimento de diversas seitas, o Diabo não foi esquecido. Taí a primeira dama Michele Bolsonaro afirmando que Lucifer não apenas existe mas teve assento por longos anos no Palácio do Planalto - reinado que terminou , segundo disse, com a chegada de Bolsonaro ao poder.
Michele faz parte de igrejas protestantes, que ganharam força nos últimos anos cooptando fiéis que abandonaram o catolicismo, enfraquecido pelos escândalos envolvendo papas, bispos e padres.
E o diabo mudou de endereço. Como os católicos, os protestantes não apenas adotaram o Capirôto como principal "garoto propaganda" para controlar os fiéis pelo medo, mas também passaram a vender um lugar no céu, enquanto avançam sem nenhum pudor sobre os bens dos mais pobres.
Michele não está errada ao tentar conquistar uma fatia do eleitorado que rejeita o seu marido, encastelado em Brasília. Afinal, política é tudo o que a democracia precisa, com alternância de poder em eleições livres . O problema é que seu argumento é indutor do medo do pecado. Erra ao dizer que Bolsonaro é um “rei”.Mas que rei? Entre deuses e demônios, o Jair está mais para demônio. Com as sinceras desculpas à simpática primeira dama do País.
Veja também:
Michelle comanda culto ao lado de Bolsonaro e diz que Planalto antes era 'consagrado a demônios'
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.