O adeus a Ednelza Sahdo, a estrela...
Ednelza era singular, única. Uma mulher alegre, divertida, que passou por aqui como um raio de luz. E desaparece deixando saudades.
Ednelza Sahdo andou esquecida por muito tempo, apesar de seu talento e de sua obsessão pelos palcos. Partiu neste final de semana… Não era uma “dama do teatro amazonense”, como costumavam chamá-la. Era um estrela com luz própria, que poderia ter ido muito além dos palcos amazonenses. Mas a arte, que ela amava e devotava o tempo de sua vida, sempre foi tratada como coisa secundária, assim como a cultura de um modo geral.
Essa carreira mágica da atriz, que mistura sonhos, alegria, compaixão, liberdade e confiança no futuro, começou cedo. E durou mais de 60 anos - período no qual divulgou a arte e sonhou desesperadamente com um tempo no qual o artista pudesse ser tratado não como um produto, parte secundária de um negócio, lembrado apenas nos festivais, dos quais nunca leva 0,1% dos lucros obtidos.
Ednelza via a arte como parte de sonhos - aqueles que embalam as noites e abafam pesadelos para dar lugar à alegria de viver. Sua vida foi parte ou toda dedicada a compartilhar risos, fazer as crianças adentrarem um mundo de fantasias do qual não poderiam nunca abdicar, enquanto incitava os adultos a olhar para o amanhã ou como viver intensamente o hoje que ainda não encerrou.
Ednelza era singular, única. Uma mulher alegre, divertida, que passou por aqui como um raio de luz. E desaparece deixando saudades.

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.