As mortes no trânsito vêm crescendo em um ritmo intenso. A maioria das vítimas é de motociclistas, mas há acidentes provocados por motoristas bêbados, como ocorreu este final de semana  em Manaus. 

Não é endurecendo a legislação, como propôs o senador Eduardo Braga (MDB), que o problema será resolvido.  

Essa "solução", apresentada pelo senador, passa por cima de uma questão maior, que os políticos, de um modo geral, não querem ou é incômodo admitir, por contrariar o poder da  indústria da cerveja: a intensa propaganda pelo uso da bebida  nos meios de comunicação, o que estimula a que mais pessoas tomem álcool. 

Nem aponta para uma política de educação no trânsito, com mais resultados do que elevar, por exemplo, os anos de prisão para quem dirigir bêbado e matar ao volante.

O Congresso, que legisla pouco, precisa de representantes que pensem os problemas do país de forma macro, sem achar que prender por longos anos cidadãos infratores resolve o problema da matança no trânsito ou da  segurança pública nas cidades.

Vem aí uma nova eleição. O eleitor tem que saber fazer escolhas e aposentar velhas figuras que se perpetuaram com muita lábia  no cenário político brasileiro.