No Amazonas, a morte pede passagem. E todos deixam passar...
- Não é um coma, mas é um estado de perda de consciência coletiva essa falta de compreensão das pessoas com o perigo que as rodeia
Nos últimos oito dias mais 61 pessoas morreram por Covid no Amazonas e outras 4.611 foram infectadas. Os mortos agora são 5.011 desde o inicio da pandemia. Mas pouca gente se importa com isso, pouca gente reage ou cobra mais ações dos governos.
Não é um coma, mas é um estado de perda de consciência coletiva essa falta de compreensão das pessoas com o perigo que as rodeia. É como se tivessem se transportado para um mundo paralelo, onde a morte pode ser chorada, mas tem que ser compreendida, como se a dor passasse rapidamente, e não passa.
São tantas as perdas, mas a maior delas é a do cuidado com o outro, que deixou de existir; a preservação da vida a qualquer custo que sempre foi o modo de sobrevivência da espécie humana, que está desaparecendo.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.