Não foi a Covid que matou, mas a falta de oxigênio em Manaus.E o culpado?
- Não vai ser difícil levantar o número de pessoas que morreram asfixiadas, nem estimar indenizações, nem punir o governador Wilson Lima por seus atos. O mais difícil vai ser suportar a ausência daqueles que amávamos…
Do dia 1 de janeiro até esta segunda-feira, portanto em 18 dias, o número de mortes por Covid bateu recorde no Amazonas: 892 óbitos. Destes, uma grande maioria foi vítima de asfixia com a crise do oxigênio na rede pública de saúde. Quer dizer, não foi a doença que matou, mas a falta de estrutura, de planejamento, de cuidado com a saúde de milhares de cidadãos amazonenses.
O grave não está na nova cepa “Amazônica”, mas no imobilismo, na responsabilidade pelo morticínio, na falta de planejamento, no abandono literal da rede pública de saúde.
No topo dos suspeitos uma pessoa: o governador do Amazonas, Wilson Lima, que literalmente ignorou uma nova onda, que permitiu aglomerações, que cedeu como sempre aos grupos de poder, que deixou de construir mini-usinas de oxigênio, que transigiu com a responsabilidade de governar para manter interesses fechados ainda na campanha de 2018.
Se alguém deve ser julgado por este crime é o governador e seu séquito .
Não vai ser difícil levantar o número de pessoas que morreram asfixiadas, nem estimar indenizações, nem punir o governador Wilson Lima por seus atos. O mais difícil vai ser suportar a ausência daqueles que amávamos…
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.