A mentira 'invadiu' escola da PM e deixou pais de alunos em pânico
Duas Notas disseminadas em grupos de WhatsApp, deixaram pais aflitos e alunos de unidades escolares mantidas pela Polícia Militar no campus Nilton Lins em pânico. A primeira, continha uma ameaça de invasão pela organização Criminosa CV. A Outra, atribuída à direção da escola, que orientava os pais a buscarem seus filhos com urgência. Não houve a invasão - nem parece ter sido premeditada - e era também falso o “apelo" da escola aos pais de alunos.
Mas ficou claro um tipo de terrorismo sem controle - do qual se valem tanto grupos criminosos - sejam eles quais forem - quanto pessoas “do bem”, focadas "apenas em assustar". Neste caso específico, onde surfam alguns jovens, essa falta de noção do estrago que provocam é assustadora.
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Mas e se as “notas" que paralisaram as aulas por uma tarde nas escolas da PM, localizadas no Campus Nilton Lins, tiverem sido apenas um exercício da capacidade de provocar o terror, o que fazer em um 'atentado' mais amplo? Quando a mentira exposta no WhatsApp e compartilhada por milhares de pessoas reduzir a verdade àquilo que não se acredita mesmo repetido mil vezes ?
Desse episódio lamentável ficou muitas evidências:
1 - Qualquer um pode se tornar um terrorista ( e ser tratado como tal) usando o WhatsApp para disseminar uma grande mentira;
2 - Que o aplicativo serve sim e muito bem às organizações criminosas em Manaus, que são temidas porque existem, têm território e o Estado sabe disso;
3 - Que, sim, pode ter sido um ensaio para grandes atentados à verdade e formas de provocar pânico na população durante a campanha eleitoral deste ano.
4 - Que muito pouco ou nada pode ser feito para evitar esses atentados.
Entramos numa fase difícil. Muitos estão levando para as redes sociais e aplicativos de celular as pequenas mentiras ditas em casa, para assustar irmãos, filhos ou ludibriar a esposa. Só que agora trazendo com elas raiva, ódio, destruição e morte.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.