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A Manaus dos pobres, que Arthur não conhece


Por Raimundo de Holanda

23/04/2017 21h20 — em
Bastidores da Política



O prefeito Arthur Neto reassume o mandato com muitos desafios. O maior deles:  responder as demandas de uma cidade estressada, testada ao limite. O tempo da  propaganda que vende ilusões, e o discurso fácil, pontilhado de frases de efeito para compensar certa deficiência de comando, não colam mais. A dramática situação de alguns  bairros, onde a luz de led não chega, nem os asfalto, nem o ônibus, nem o posto médico, nem o carro do lixo,  nem a escola, é que revela  duas Manaus - a do luxo, com direito a crédito de carbono - e a da mais absoluta pobreza, onde o poder público só chega empurrado pelos desmoramentos em época  de chuva. Não dá mais para vender ilusões. Falta comprador. 

Em tempos de absoluta desilusão com os politicos, cabe ao prefeito de Manaus buscar outra receita. A mais aconselhável é encarar os problemas - sem atribuir sua origem a terceiros - e se volte de corpo e alma para a cidade que prometeu governar com sabedoria e justiça. 

A VEZ DE HENRIQUE ?

Henrique Oliveira é o mais tranquilo concorrente ao cargo de governador do Amazonas em 2018. Apenas ‘espera’, assistindo o desenrolar dos acontecimentos. A ação de cassação do mandato dele e do governador José Melo já teve a primeira ‘virada’, com o voto do relator Napoleão Nunes Maia pela absolvição. Conhecedor das regras do jogo, sabe que os dois últimos vices acabaram titulares e se reelegeram.

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E pelo ‘andar da carruagem’ seu destino parece ser o mesmo. Melo ganha cada vez mais ‘força’ para um voo ao Senado, e a Lava Jato começa a tirar do páreo alguns concorrentes.
Para Henrique, que vem de uma ascensão vertical na carreira política, de vereador a deputado federal e a vice-governador, chegar à cadeira de titular pode ser apenas uma questão de ‘esperar’.

LEI REDUZ  ESPAÇO DA MULHER
 
Mulheres menstruadas devem folgar no trabalho? Projeto de Lei 6784/16, do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), está em análise terminativa nas comissões da Câmara dos Deputados e se aprovado, permitirá que as mulheres se afastem do trabalho por até três dias ao mês, durante o período menstrual. Depois elas podem ‘compensar’ as horas não trabalhadas, para que a empresa não seja prejudicada. Direitos à parte, se for aprovada lei, vai ser o fim do mito do “Sempre Livre”?

POLÍTICOS DESTRUÍDOS

O andamento das delações da Odebrecht está deixando o país sem opções de nomes para as próximas eleições. Por enquanto, a Lava Jato está tratando da ‘raia graúda’, mas os fatos levam a uma descrença geral do povo na atividade política.  Nas últimas semanas, o líder das pesquisas presidenciais Luiz Inácio Lula da Silva entrou em ‘queda livre’ com as confirmações das propinas que lhe foram repassadas. E os demais frequentadores da lista de presidenciáveis não deixaram por menos. Lula, Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin agora disputam uma bóia salva-vidas. 

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ASSUNTOS: arthur virgilio, Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.