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Facção comemora tomada de territórios em Manaus. Governo ensaia reação


Por Raimundo de Holanda

10/02/2020 22h15 — em
Bastidores da Política


  • Governo do Amazonas anuncia a instalação de um gabinete de crise, mas uma crise instalada e para a qual, pela omissão, tem contribuído muito

Quando uma organização criminosa vem pra rua e enche o céu da cidade de fogos de artificio para provar sua força é porque as instituições do Estado faliram  ou se renderam.

As manifestações desta segunda-feira de uma Orcrim foram feitas para todo mundo ver. E se isso não é uma demonstração de força, que submete o Estado, os órgãos de controle e a polícia é o quê?

Na verdade, o motivo da comemoração era o domínio do território  de outra facção criminosa. Mas  o silêncio das autoridades é sintomático. Fecha-se os olhos a um risco maior - o de  que a façanha de tomar  hoje o  território de rivais do trafico  estimule a audácia de amanhã  invadir delegacias, tomar o governo, desconstruir todo o tecido social fundado no bem comum, na lei, na ordem e na justiça.

O Governo anuncia a instalação de um gabinete de crise, mas uma crise instalada e para a qual, pela omissão, tem contribuído muito.

O risco é aumentar a crise e aprofundar o caos.

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ASSUNTOS: Amazonas, cv, fdn, Guerra do tráfico, Manaus, pcc

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.