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Empresas da ZFM só lamentam, demitem e não ajudam no combate a Covid 19


Por Raimundo de Holanda

12/04/2020 20h48 — em
Bastidores da Política



A crise econômica provocada pela Covid-19 atingiu o mundo dos negócios, mas isso não esgota os ganhos das  80 maiores empresas do distrito industrial de Manaus em 2019, cujo faturamento passou de R$ 100 bilhões. É uma cifra alta, parte incentivada por uma gama de isenções fiscais - que acaba sendo contrapartida pelos empregos gerados. Mas é um incentivo que sai do bolso do contribuinte.

O que falta às grandes empresas neste momento é solidariedade - fazer doações para combater a pandemia. Não se viu até agora uma iniciativa nesse sentido.  Apenas a Honda disponibilizou seu pessoal técnico para desenvolver respiradores. Poderia fazer mais que isso - doar recursos para cesta básica, investir em hospitais, fazer a parte social que se espera das grandes empresas sediadas em Manaus. É um processo de reconstrução da economia que começa agora. E essa não é apenas uma responsabilidade do Estado e do Município. É uma responsabilidade de todos.

Mas o que  estão fazendo é demitir pessoal, lamentar a paralisia da economia, a falta de insumos. O chororô de sempre. Como se esse não fosse um problema geral, com a diferença que as multinacionais têm capital e capacidade de auxiliar neste momento de dificuldade dos amazonenses. Ou depois que a pandemia passar não restará nada - nem a economia será como antes, nem os ganhos das empresas, nem a capacidade de o Estado oferecer os mesmos incentivos de agora.

EM TEMPO: Não dá para comparar as empresas da ZFM com grandes bancos. Mas o Itaú - e aqui não vai nenhuma propaganda - acaba de criar um fundo de R$ 1 bilhão para auxiliar no combate ao coronavirus. A administração vai ficar com a fundação do banco sob a orientação de médicos e outros especialistas da área. É um bom exemplo a ser seguido…

 

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ASSUNTOS: Amazonas, Bolsonaro, COVID-19, mandetta, mortes pelo coronavirus, Coronavírus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.