Em troca de alguns dólares, governo humilha brasileiros
Americanos, canadenses, japoneses e australianos poderão visitar o Brasil sem a necessidade de visto, mas os brasileiros terão que passar por uma rígida triagem para visitar esses países. A questão é simples: os brasileiros são “ladrões e canibais”, como disse em fevereiro passado o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, ou, como afirmou anteontem Eduardo Bolsonaro, filho do presidente do Brasil, “são uma vergonha”por tentar viver ilegalmente nos EUA. Nem todos. Mas a falta de reciprocidade coloca todos os brasileiros sob suspeita. E quem acusa é o próprio governo do País.
Bolsonaro na última eleição obteve 81,7% dos votos válidos no segundo turno de brasileiros, legais ou não, residentes nos EUA. Esqueceu desse detalhe.
Esqueceu também que governa um país que creditou a ele a possibilidade de mudança, de redenção, de reconhecimento e de respeito internacional.
Segue na contramão do que o povo esperava dele. Em troca de alguns dólares que entrariam com o incremento do turismo deixa os brasileiros na condição de escória.
Seus filhos, cegos pelo poder, têm outra visão. Eduardo Bolsonaro vê a questão por esse prisma: “Nós, brasileiros, é que vamos ser espertos e vamos pegar os dólares dos turistas americanos, japoneses, australianos e canadenses”. Onde chegamos ?
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.