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Eleição em Coari, possibilidade de 'tapetão' e as falhas da Justiça Eleitoral


Por Raimundo de Holanda

05/12/2021 19h40 — em
Bastidores da Política



A eleição complementar em Coari neste domingo poderia ter servido como laboratório para 2022, mas foi marcada por conflitos de interesse, influência do poder econômico e político externos ao município amazonense e muitas notícias falsas.  A organização pífia deve-se à Justiça Eleitoral, incapaz de coibir abusos durante a campanha, começando pela distribuição de ranchos e Cartão Cidadão cinco dias antes do pleito, medida avalizada pela Corte.

E pode não ter terminado. A escolha de Keitton Pinheiro pelo voto livre e secreto neste domingo  pode ir para o tapetão, como vulgarmente é chamada a judicialização de demandas onde reside a digital de grupos que veem a democracia não como um princípio básico no qual o poder político é disputado nas urnas e compartilhado com a sociedade, mas a oportunidade de produzir caos e insegurança, inviabilizar governos, constranger cidadãos.

Não foi um bom exemplo. O que esperar de uma eleição majoritária? A independência da Justiça Eleitoral  foi de certa forma colocada em xeque em muitos momentos desse pleito localizado, restrito a um município do Amazonas.

Se houve um bom exemplo, partiu do Ministério Público em Coari e da juíza do pleito, que tiveram posições republicanas, destinadas a manter a isonomia entre os candidatos,  infelizmente reformadas em Manaus pelo TRE.

Houve de tudo em Coari, inclusive a participação direta do governador Wilson Lima em apoio a um dos candidatos.

Wilson, que vem em um lento mas contínuo processo de recuperação de imagem, não pode comprometer o esforço feito para vislumbrar um horizonte eleitoral  promissor em 2022.

A receita é deixar de ceder a caprichos de bajuladores.

Keitton Pinheiro é eleito novo prefeito de Coari com 53,24% dos votos

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.