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Eduardo, Amazonino ou Wilson? Os três na ponta e as dificuldades de cada um


Por Raimundo de Holanda

13/08/2022 20h04 — em
Bastidores da Política



Não tem quem aponte um vencedor com dois meses de antecedência e com esse desce e sobe de números que as pesquisas estão mostrando. Mas há quem tenha nome e legado... E isso pode contar muito...

A regra é que a campanha eleitoral, com propaganda na internet, comece apenas na terça-feira, 16. Mas os candidatos se anteciparam  e essas formalidades caducaram. Essa é uma campanha atípica. Prevalece o vale-tudo, na medida em que a Justiça Eleitoral é atropelada pelas redes sociais, pelo voluntarismo dos políticos e por um Estado de Emergência declarado pela presidência da República para legalizar a gastança, que aumenta as vantagens de quem está no poder ou compartilha dele.

Fora o Fundo Eleitoral, milhões de reais colocados à disposição dos partidos políticos que, ao contrário das eleições anteriores, não estão interessados em eleger governadores. Miram os cargos de deputado federal e senador. Por trás dessa escolha um desejo: fazer grandes bancadas e controlar o próximo presidente da República, seja Lula ou Bolsonaro.

Essa é a razão por que a disputa pelo governo do Estado do Amazonas será voto a voto.

Não tem quem aponte um vencedor com dois meses de antecedência e com esse desce e sobe de números que as pesquisas estão mostrando. Mas há quem tenha nome e legado: Amazonino, com seu histórico de realizações como governador quatro vezes; Eduardo Braga como governador, senador da República e ministro de Estado. E Wilson Lima, o atual governador, com um passivo ainda a ser superado em razão de problemas criados na pandemia de Covid 19.

Mas se Amazonino tem nome, falta um time coeso, focado, com estrelas que não pensem apenas no próprio futuro. Se Eduardo faz parte de um time ( PT + MDB) não pode chamar de seu. Já Wilson tem passivo que precisa superar. Tem máquina e time, mas os lances que produz  acabam tendo que ser esclarecidos pelo VAR (árbitro assistente) e nem sempre os lances que poderiam resultar em gols validados são confirmados.  Máquina e time (o governo) funcionam como ofídios que devoram o próprio rabo, ou como os louva-a-deus, que durante a reprodução  praticam canibalismo.

Amazonino pode vencer a eleição apenas pelo que já fez. Eduardo pode ganhar a eleição porque é um politico sagaz e com grande capacidade de ação. Wilson pode vencer a eleição porque tem tudo o que os outros não têm - três máquinas, uma superestrutura colocada à sua disposição,  mas tem dificuldades legais que os outros não têm - não na dimensão acumulada por ele. Como se vê, o quadro é difícil, mas time se organiza e com um bom técnico faz gols. Se gols aos 45 minutos do segundo tempo são suficientes para vencer a disputa, bem , aí é outra coisa. Consultem o VAR.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.