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Deixamos que a morte morasse ao lado e nos acostumamos com ela


Por Raimundo de Holanda

22/10/2020 21h09 — em
Bastidores da Política



O número de casos e mortes por Covid 19 registrado nas últimas 48 horas no Amazonas era previsível. O sinal vermelho acendeu ainda em  setembro, quando o secretário de Saúde, Marcellus Barroso Campêlo,   enviou o ofício n 1757/2020 ao governo Federal  solicitando auxilio para a construção de um hospital de campanha.  Os recursos não saíram, mas a segunda onda de Covid é real e já ameaça saturar a rede hospitalar, onde as internações cresceram muito nas últimas semanas. 

Mas por que esse vai-e-vem da Covid, transitando  do nível estável para o acelerado com  uma frequência inusitada ?  Porque o controle sanitário/epidemiológico é precário, as medidas  de controle  inexisrem, nem os protocolos da Anvisa são seguidos. Os doentes  diagnosticados com o vírus, mas com sintomas leves, são mandados para casa sem nenhum acompanhamento médico  e acabam se transformando  em potenciais transmissores do vírus, primeiro  entre familiares, depois entre amigos. 

O resultado está aí - o registro de casos explodindo e o número de mortos crescendo. 

Esse virus se alimenta de  duas coisas: da incapacidade que os governos tem de enfrentá-lo e da ignorância de parte da população, que só se dá conta que não se trata de uma “gripezinha" quando ele leva os avós e os amigos para o cemitério.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.