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Corrupção no STF? Arruinar a reputação da Corte favorece Bolsonaro


Por Raimundo de Holanda

11/05/2021 19h06 — em
Bastidores da Política


  • Arruinar a reputação da Corte reforça o tom belicista com que Bolsonaro e seus seguidores fascistas atacam a democracia.

O contraponto ao desequilíbrio de um presidente que perdeu o controle de si mesmo e do País ainda é o Supremo Tribunal Federal. Poderia ser o Congresso, a casa do povo, mas não é.

Arruinar a reputação da Corte reforça o tom belicista com que Bolsonaro e seus seguidores fascistas atacam a democracia.

A solicitação encaminhada ao Supremo pela Polícia Federal, para que investigue um de seus ministros, acusado de vender sentenças, é de extrema gravidade. Vem em um momento no qual o Brasil depende muito do rigor com que a Corte julga atos não republicanos do presidente e contém o seu ímpeto de transformar o País em uma ditadura.

Bolsonaro é o Senhor Morte e sobre seus ombros carrega 400 mil cadáveres. Poderia ser mais, não fosse o Supremo dar autonomia aos governadores para adotar o distanciamento social, uso de máscaras e outras medidas capazes de conter a pandemia de coronavírus.

Mas o Brasil não pode, também, fechar os olhos para erros, omissões ou eventual corrupção envolvendo membros da Corte Suprema.

Se há fatos, provas ou indícios, o STF tem que cortar na carne. Poderia começar restringindo a ação de escritórios de advocacia administrados por filhos, netos, afilhados ou mulheres de ministros em ações que chegam ao Supremo.

Poderia ainda investigar a fundo  filhos ou netos que usam, segundo a lenda, muitas vezes sem conhecimento dos ministros, tanto do  STF como do STJ, do  prestigio, pela relação de parentesco, para fazer negócios.

Pode ser lenda, mas pode não ser.

A historia de que o filho de um ministro dos STJ anda em jatinho de governadores acusados de corrupção e fala continuamente com eles, por exemplo, pode ser uma grande inverdade. Mas mesmo essas "lendas" devem ser apuradas. Se são mentiras, devem ser apontadas e os mentirosos desmascarados.

Se verdade, então o Judiciário deve passar, necessariamente, por  uma depuração, que vai doer e deixar marcas em um País já isolado, abatido pelo preconceito, pela violência dos bandidos e da Polícia também, pela doença e pela injustiça, que cresce sem parar..

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.