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Amazonas vai bem, mas precisa atender as necessidades básicas da população


Por Raimundo de Holanda

21/10/2016 23h21 — em
Bastidores da Política



Hoje o Amazonas possui potencial de endividamento, porque o governo ‘segurou’ os gastos, cortou na carne e sustentou o ‘custo político’. Mas não está cobrindo integralmente suas responsabilidades administrativas e sociais. Deve cinco centavos de cada real que arrecada. Porém, não atende as necessidades básicas da população com os outros 95 centavos.  

 

Os Estados podem contratar empréstimos de até o dobro de sua receita corrente líquida (RCL). E o Tesouro Nacional diz que o Amazonas, cuja RCL hoje é de R$ 11 bilhões, pode contratar até R$ 22 bilhões de empréstimos. Uma grande ‘tentação’ para um momento de crise financeira, com a arrecadação bem abaixo do esperado. Mas uma ‘armadilha’, se levar em conta que a visão monetarista do Tesouro, que só analisa o quantitativo da RCL e a relação entre a RCL e a dívida consolidada líquida (DCL), para determinar o ‘potencial’ de endividamento. Também nesse segundo quesito o Amazonas vai bem: deve cinco centavos de cada real que arrecada. Porém, não atende suas necessidades básicas com os outros 95 centavos.  

Por isso, a pergunta é: quanto o Estado tem de ‘sobra’ do orçamento, fora as responsabilidades do governo, para pagar endividamentos? Hoje o Amazonas possui esse potencial de endividamento, porque o governo ‘segurou’ os gastos, corte na carne e sustentou o ‘custo político’. Mas não está cobrindo integralmente suas responsabilidades administrativas e sociais. E quando se trata de ‘dinheiro fácil’, é só olhar para o país para saber o ‘custo’ da gastança irresponsável.

INSPEÇÃO DO TCE

As inspeções extraordinária de técnicos do TCE-AM atingirão nos próximos dias os municípios de São Gabriel da Cachoeira, Parintins e Manacapuru. Uma denúncia encaminhada pela Polícia Federal ao TCE, de possíveis irregularidades na aplicação de verbas públicas em São Gabriel levou o colegiado a aprovar a inspeção. E tendo em vista que os outros dois municípios também possuem situações ‘delicadas’ em suas administrações, sua inclusão foi sugerida pela presidente em exercício Yara Lins dos Santos e pelo procurador-geral de Contas, Carlos Alberto Almeida.

PT FICA EM CIMA DO MURO

Com atraso de sete dias o PT divulgou ontem nota de seu diretório municipal informando a decisão dos diretorianos de não tomar posicionamento a favor de nenhum dos candidatos que disputam o segundo turno da eleição para prefeito de Manaus. A decisão do dia 13 de outubro tem três pontos: 1. Não realizar alianças com o PSDB nem apoiar candidatos do partido; 2.  Não realizar campanha para candidato ou partido golpista; 3. O voto é livre, mas o PT não apoiará qualquer candidatura no segundo turno. Com isso o partido rompe a união de ‘unha e carne’ entre Marcelo Ramos e José Ricardo que existia no plenário da Assembleia.

BOLA,BOI, BÍBLIA

A política, criada pela democracia, está virando um terreno de doutrinas direitistas. A prisão do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha revela a ‘força’ que emana desses nichos de direita. Em sua curta ascensão, Cunha enfrentou as maiores forças políticas do país graças à bancada da bala, do boi e da Bíblia (segurança, agronegócio e evangélicos). Juntas essas frentes radicais somam 373 deputados espalhados em todos os partidos. Atuando sempre unida, a bancada BBB foi a força de Eduardo Cunha até que ele caísse em desgraça. Agora, o deputado Jair Bolsonaro e o senador Ronaldo Caiado disputam a liderança dos radicais.

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ASSUNTOS: Amazonas, dívida, Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.