A acusação do vice sobre a cumplicidade de Bolsonaro e Wilson Lima na tragédia de Manaus
- Tese da imunidade de rebanho. Manaus foi um laboratório para essa experiência fúnebre…Contaminação em massa e mortes em massa
As revelações do vice-governador Carlos Almeida sobre a tragédia de Manaus, com falta de oxigênio e mortes na segunda onda da Covid 19, como resultado de uma parceria fúnebre entre o governador Wilson Lima e o presidente Bolsonaro, foi o assunto dos principais veículos de comunicação do país. Nas redes sociais houve o contra-ataque do chamado "gabinete do ódio", atribuindo a Carlos uma carga de mágoa com o governador, agora extravasada em denúncia contundente “e sem lastro”.
Pode ser que Carlos tenha alguma mágoa. Quem não tem ? O governador foi eleito com a promessa de “resolver todas as broncas do Estado” e combater a corrupção. Não apenas criou mais broncas como se envolveu em operação suspeita de compra de respiradores superfaturados, ganhando o titulo de “líder da organização criminosa” da sub-procuradora da República, Lindôra Araújo.
Apesar disso, continua no cargo, num frenesi entre Manaus e Brasília, com articulações que o mantém mais no ar do que em terra.
Quando a gravidade acabar - e vai acabar porque o estado do Amazonas não suporta manter um governador inapto e inepto a um custo tão alto - Wilson vai tocar o chão e perceber que nunca esteve tão sozinho e com tantas broncas pessoais para resolver.
Vão lamentar apenas os empresários que administram as funerárias - que nunca faturaram tão alto com esse morticínio que ainda não acabou.
Os amigos estarão puxando o saco do seu sucessor, buscando manter contratos nem sempre republicanos que também alimentam sua longevidade no cargo.
Carlos saiu do isolamento para falar o que todo mundo sabia. Bolsonaro e Wilson Lima alimentaram a ideia de imunidade de rebanho e acabaram estimulando a contaminação do rebanho, o surgimento de uma nova cepa e milhares de mortes. Manaus foi um laboratório para essa experiência fúnebre.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.