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Papa Leão 14 defende cinema contra algoritmos em fala para astros de Hollywood

Por Folha de São Paulo

15/11/2025 14h40 — em
Arte e Cultura



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Papa Leão 14 recebeu neste sábado, no Vaticano, um grupo de cineastas, atores, produtores e dirigentes de festivais para um discurso dedicado ao cinema e à situação atual do setor, frente ao avanço da inteligência artificial.

Estavam presentes artistas como Cate Blanchett, Greta Gerwig, Viggo Mortensen, Darren Aronofsky, Spike Lee, Monica Bellucci, Marco Bellocchio, Alba Rohrwacher, David Lowery e Gaspar Noé, segundo informações da Deadline.

Também participaram representantes de festivais internacionais, entre eles Cameron Bailey, de Toronto, Vanya Kaludjercic, de Roterdã, Giona Nazzaro de Locarno, Eugene Hernandez, de Sundance.

Em seu discurdo, o Papa descreveu o cinema como uma arte "ainda jovem" que combina entretenimento com uma reflexão sobre a experiência humana.

"Uma das contribuições mais valiosas do cinema é precisamente ajudar o espectador a voltar a si mesmo, a olhar com novos olhos para a complexidade da sua própria experiência, a rever o mundo como se fosse a primeira vez e a redescobrir, nesse exercício, uma parte daquela esperança sem a qual a nossa existência não é plena", disse o pontífice, segundo a agência do notícias do Vaticano. "Me conforta pensar que o cinema não é apenas imagem em movimento: é colocar a esperança em movimento!".

O pontífice também mencionou a queda no número de cinemas e pediu que instituições cooperem para preservar esses espaços, que classificou como fundamentais para a vida cultural das cidades. Em outro momento, afirmou que "a lógica dos algoritmos tende a repetir o que 'funciona', mas a arte abre o que é possível". "Nem tudo precisa ser imediato ou previsível. Defendam a lentidão quando ela serve a um propósito, o silêncio quando ele fala e a diferença quando ela é evocativa", disse.

O discurso tratou ainda de temas frequentemente abordados pelo cinema contemporâneo, como violência, pobreza, exílio, vícios e guerras esquecidas. Para ele, o cinema não deve se esquivar da fragilidade humana e pode exercer um papel na formação do olhar do público.

Leão 14 encerrou destacando o caráter coletivo da produção cinematográfica, mencionando funções técnicas e artísticas envolvidas na realização de um filme. Ele pediu que o cinema continue a ser um espaço de encontro e diálogo e afirmou que a arte pode contribuir para a busca por sentido e para uma linguagem de paz.


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