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Palco Sunset no Rock in Rio fica esvaziado, com público distraído e sentado

Por Folha de São Paulo

14/09/2024 21h15 — em
Arte e Cultura



RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O começo da noite deste sábado de Rock in Rio, dia normalmente tratado como nobre por festivais, criou um fenômeno curioso no palco Sunset, o secundário do evento.

A multidão animada que deixava o show de Lulu Santos, que embalou o fim de tarde no palco principal com a nostalgia das décadas de 1980 e 1990 de suas músicas, ficou sem uma atração maior para continuar o dia.

No Sunset, algumas centenas de pessoas se espalharam sentadas na grama sintética para assistir à apresentação de Christone "Kingfish" Ingran, guitarrista de blues americano, que certamente foi escolhido pelo festival pelo seu virtuosismo no instrumento.

O show do artista, que parecia desconhecido pela maior parte do público, virou música de fundo para casais ficarem agarradinhos, amigos papearem alheios à apresentação e pessoas fazerem uma boquinha. O clima era de fim de noite --bem quando ela estava começando.

Foi uma apresentação para apreciadores de alguma técnica, que se impressionam mais com riffs grandiosos de guitarra do que com o significado ou sentimento por trás da música.

Quando os solos ficavam mais intensos, ou em momentos em que o músico fazia estripulias como tocar com a boca, uma pessoa ou outra deixava o papo de lado para olhar o palco e reagir com alguns aplausos ou um gesto de veneração.

Parte do público de fato assistiu ao show, é claro, mas a maioria parecia estar ali para passar o tempo. É uma situação curiosa em um palco que terá, em outros dias e no mesmo horário, artistas do calibre de Planet Hemp, Pitty e Ney Matogrosso.

O show que aconteceu em seguida no lugar, da banda de rock alternativo britânica James, reforçou a estranheza da escalação deste dia de Sunset --embora tenha atraído mais pessoas que conhecessem a banda.

Perto de 20h30, quando as apresentações do Rock in Rio já têm contornos de grande porte, apenas a parte mais próxima do palco contava com um público cativo, que interagia e aplaudia a boa e enérgica apresentação do grupo.

No mesmo horário desta sexta, por exemplo, o trio Orochi, Oruam e Chefin preencheu o lugar inteiro, que ficou intransitável por causa do público engajado.

Hoje, no entanto, o público pareceu se dedicar mais a transitar pelas ativações de marcas e brinquedos --mais disputados do que na sexta--, relegando um palco importante do festival.


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