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Membros de conselho do Iphan reagem a fala de Bolsonaro com manifesto

Por Folha de São Paulo

27/01/2022 15h06 — em
Arte e Cultura



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Membros do conselho consultivo do patrimônio cultural do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) elaboraram um manifesto afirmando que o governo Jair Bolsonaro (PL) promove perseguição e desmonte do principal órgão de preservação do patrimônio cultural do Brasil.

Eles citam a fala do presidente em um evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em dezembro de 2021, na qual ele afirmou ter demitido diretores do Iphan depois que a instituição teria interditado uma obra do empresário Luciano Hang, um de seus principais apoiadores.

"O Iphan não dá mais dor de cabeça para a gente", disse o presidente, acrescentando que havia muitos políticos interessados nos cargos e que o instituto tem um poder de barganha "extraordinário".

"A declaração é eloquente sobre o modo como o governo vem utilizando instituições de Estado para favorecer interesses pessoais ou privados", diz o manifesto. Entre os signatários do documento estão a empresário e colecionadora de arte Angela Gutierrez e o ex-diretor da Cinemateca Carlos Augusto Calil.

Além deles, outros dez representantes da sociedade civil no conselho consultivo endossam o texto.

O grupo também enviou nesta quinta-feira (27) um requerimento à presidente do órgão, Larissa Rodrigues Peixoto Dutra, pedindo a realização de reunião extraordinária, entre os dias 7 e 16 de fevereiro, para tratar do que consideram paralisação do Iphan.

Larissa Peixoto Dutra chegou a ser afastada do cargo pela Justiça Federal logo após a divulgação dos vídeos com a fala do presidente Bolsonaro.

A decisão, no entanto, foi em razão de pedido protocolado em 2020 pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que pediu a suspensão da nomeação da presidente sob a justificativa de que ela não teria requisitos técnicos e morais para ocupar o cargo.

Dois dias depois, a Justiça Federal no Rio de Janeiro suspendeu a liminar, mantendo Larissa no posto.

Formada em hotelaria, ela já tinha carreira dentro do Ministério do Turismo, que agrega o Iphan, com cargo no Departamento de Desenvolvimento Produtivo. Antes, chefiou o gabinete da Secretaria Nacional de Desenvolvimento de Competitividade do Turismo, no Ministério do Turismo, e também exerceu o comando do gabinete da Secretaria Nacional de Qualificação e Promoção do Turismo.


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