O curta-metragem Aquela Estrada, novo filme de Rafael Ramos, teve o seu teaser oficial disponibilizado na internet, e tem data de estreia marcada: 19 de junho, às 18:30, no Teatro da Instalação.

Produzido pela Artrupe Produções com o apoio da Prefeitura de Manaus através da Manauscult o road movie conta a história de Omar, interpretado por Danilo Reis, que desiste de ir a uma entrevista de emprego em Manaus e embarca numa viagem pela estrada com pessoas desconhecidas. Num dia em que tudo soa tedioso e pragmático, parece ser a estrada o único caminho a Omar para buscar ânimo e respostas para um vida em Manaus que não o satisfaz mais. Além de Reis, também fazem parte do elenco Jéssica Amorim, Rafael César, Ana Oliveira, Victor Kaleb, Lary Yanni, Rosa Malagueta, Frank Kitzinger e Diego Bauer.

Trabalhar com essa proposta de road movie foi um desafio para Ramos, embora esse estilo sempre estivesse presente em sua vida: “Aos 8 anos viajei com meus pais pro Rio de Janeiro. De lá fui pra Bahia de ônibus e de carro, viajei pelo interior do estado. Pra um garoto que nunca tinha saído da rua onde morava, foi uma das experiências mais incríveis que guardei da minha infância. Minha adolescência também foi marcada por viagens de carro pra Roraima, Venezuela, Peru e os interiores do Amazonas. Fazer um road movie, então, foi aliar duas paixões, no caso o cinema e a estrada. Mais do que contar uma história, era a minha história também nesse filme. De alguma forma tá lá no filme, não diretamente no drama, mas no que a estrada representa pra mim”, explica.

Aquela Estrada já foi selecionado para o 9° Curta Taquary, e o filme anterior do diretor, A Menina do Guarda-Chuva, lançado em 2014, circulou por festivais pelo Brasil sendo inclusive finalista do Prêmio ABC 2015. O diretor acredita que amadureceu do seu projeto anterior para este: “Me arrisquei muito mais nesse novo projeto. Como o Daniel Galera falou uma vez é pensar realmente que não existe indício algum de que as pessoas estejam minimamente interessadas no que você tem a dizer. É você simplesmente dar vazão às suas ideias. Eu fico feliz que consegui nesse filme isso, coisa que não aconteceu no Menina. Acho que isso pra mim demonstra um amadurecimento como realizador”.

Com Aquela Estrada Rafael Ramos também teve interesse em mostrar outro ambiente que é tão comum na vida dos manauaras, mas que acaba ficando escondido pela rotina da cidade: “Eu acredito que os manauaras têm uma relação muito forte com a estrada, até pelo nosso isolamento geográfico. Pra mim parece que as nossas estradas reforçam esse isolamento, como se elas nunca levassem a gente pra algum lugar que não seja pra Manaus de volta. O filme mostra um pouco disso que falei, mas também mostra a estrada como nosso refúgio do caos urbano que é a nossa cidade, seja numa festa em algum sítio, um café da manhã com os amigos ou uma praia... a gente buscou mostrar isso no filme. Penso que independente do espectador gostar do filme ou não, acredito que vai rolar essa identificação”, conclui o diretor.

Ramos, que atualmente mora em São Paulo, se diz ansioso pra saber como será a reação do público: “É sempre bom sentir a reação do público, poder trocar ideias. Pra isso que fazemos filmes, acho isso ótimo”.

O Necromante, de Ricardo Manjaro e Gritos da Noite, de Allan Gomes também serão exibidos

Os trabalhos mais recentes dos diretores Ricardo Manjaro e Allan Gomes também serão exibidos juntos de Aquela Estrada no dia 19. O Necromante, de Manjaro, diretor do premiado A Última no Tambor, foi realizado sob direta influência de um subgênero da literatura das Histórias em Quadrinho, o Detetive Sobrenatural, e apresenta a história de um homem, interpretado por Breno Castelo, que usa da Necromancia, a arte da morte, ajudando a polícia a resolver casos violentos na noite sombria da cidade.

Já Gritos da Noite, de Allan Gomes, conta a história de três adolescentes, que decidem fazer um passeio de fim de semana no sítio de seus avós, e nem mesmo a presença de um mateiro experiente da região poderá ajuda-los a enfrentar os perigos dessa noite, quando a força de espíritos ancestrais está impregnada na floresta.