É comum e bastante saudável que todo mundo tenha um hobby, coisas que gosta de fazer para se distrair e relaxar. Alguns o encontram na prática de esportes, outros em uma leitura, em uma boa música e outros ainda acham grande prazer nos jogos. Algumas pessoas criam até grupo de apostas e costumam se reunir em torno de um ou mais jogos, mas qual o limite ente uma diversão e um vício? Como reconhecer que está perdendo o controle? Quem está mais suscetível ao vício da jogatina?
Para responder a essas questões e entender tais diferenças fomos conversar com a psicóloga do Hapvida Saúde, Sarah Lopes. De acordo com ela qualquer pessoa tudo o que ameça escravizar e dominar alguém pode ser considerado um vício e com os jogos não é diferente: "O gosto pelos jogos deve ser visto como algo saudável e controlado. É preciso perceber a hora de parar, e, este parar, não deve envolver sofrimento ou um controle maior, deve ser natural. Por exemplo: pode-se determinar uma quantia "X" para investir em um jogo. Caso não vença, ou vença, isso não fará diferença", explica.
Ela destaca que vários fatores podem se somar para desenvolver no indivíduo, o gosto incontrolável por jogar. Um deles é o desequilíbrio da dopamina, hormônio do prazer, no cérebro, isso faz com que o sujeito perca o domínio e não meça as consequências de seus atos.
A psicóloga fala que o viciado em jogos é como alguém que tem compulsão por comida, ele nunca está satisfeito, sempre quer mais e mais, mesmo sabendo que depois se sentirá mal por isso. E as principais consequências deste tipo de vício são o prejuízo financeiro e o afastamento da família e dos amigos que quase sempre leva o indivíduo a um quadro de depressão ou tristeza profunda.
Ela enfatiza que o problema pode ser evitado, basta tomar alguns cuidados e ficar atento: "O primeiro passo é começar a administrar o que é real e o que não é. Se esses jogos de fato trouxessem fortuna, muitos jogadores estariam afortunados, e na realidade isso não é visto. Os donos dos jogos é quem mais enriquecem com as pessoas que acreditam em dinheiro fácil. Os jogos devem servir como uma distração momentânea, não como uma obrigatoriedade. O hobby deixa de ser hobby quando não envolve mais prazer na atividade".