Localizado no centro da maior floresta tropical do mundo e rodeada pela maior bacia de água doce do planeta, o Amazonas ainda está longe de ser um polo turístico. O subaproveitamento das riquezas naturais e culturais para geração de negócios faz com que perca espaço para outros estados vizinhos, como o Pará.

Com o objetivo de incentivar o empreendedorismo com base na diversidade natural e cultural do Amazonas e promover uma reflexão sobre as potencialidades da região, a professora e doutoranda em Ciência da Informação e Marketing, Angela Bulbol de Lima, lança, em Manaus, o #MovimentoProtagonize. O movimento, ela explica, também pretende estimular a geração de negócios sustentáveis, no estado. 

Para o lançamento do movimento, previsto para este semestre, Angela Bulbol trará a Manaus a principal especialista em turismo de luxo, no país, Gabriela Otto. Professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo, Gabriela vai falar sobre o crescimento do turismo ecológico e de luxo no Brasil e as potencialidades do Amazonas nesse segmento.

Através do #MovimentoProtagonize, Angela Bulbol quer criar um polo de discussão sobre o tema, com artigos e orientações aos empreendedores, material que será postado, regularmente, no site da ABL – www.ablconsultoria.com. Além disso, promoverá palestras e workshops com especialistas.

Angela, que também é professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e diretora da ABL Consultoria, ressalta que o movimento propõe que as pessoas interessadas em empreender percebam que a região possui um manancial de opções para geração de novos negócios.

A prova desse potencial, segundo ela, é o fato de profissionais de outros estados, como o famoso chef de cozinha Alex Atala, visitarem o Amazonas regularmente, extraindo matéria prima local para usar nas suas criações e nos seus restaurantes. “De São Gabriel da Cachoeira, por exemplo, Atala aproveita alguns dos ingredientes das mais famosas receitas do restaurante que ele mantém em São Paulo”, disse.

Para a especialista, é hora de resgatar as raízes da cultura amazonense e aproveitar isso para gerar negócios. Ela diz que o amazonense tem vocação para empreender. Basta que receba orientação e treinamento para usar as riquezas da região e inovar. “Precisamos encontrar uma alternativa para fazer a região crescer, que não seja somente esperar pela indústria. O turismo e tudo que vem agregado a ele, como gastronomia e artesanato, pode ser a solução para expansão econômica do estado”, destacou.

Angela ressalta que as iniciativas no setor turístico são muito pequenas, se comparadas com outros estados da região Norte. Um exemplo citado por ela é o Pará, que segundo dados da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplanct), emprega no setor turístico, atualmente, 40.655 pessoas, enquanto o Amazonas tem apenas 24 mil profissionais atuando nesta área.

A marca Amazônia, se for bem trabalhada, consegue atrair turistas de todos os segmentos, desde aqueles que procuram aventura, até os que preferem conhecer a região na tranquilidade e conforto dos cruzeiros.