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Workshop debate sobre acervo arqueológico da Usina Hidrelétrica de Balbina

Por Portal Do Holanda

12/05/2021 17h26 — em
Amazonas


Análises estão sendo feitas em acervo de 1,5 milhão de peças - Foto: Divulgação

Manaus/AM - Os primeiros resultados das análises e curadoria ainda são parciais, mas os frutos da parceria destinada a salvaguardar, proteger e administrar um dos mais importantes patrimônios culturais do Estado, guardado há três décadas, que é o acervo arqueológico recolhido da área inundada pela Hidrelétrica de Balbina, já estão sendo colhidos.

A parceria é entre o Instituto de Proteção ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas (SEC), Eletrobras e Inside Consultora Científica, responsáveis pelo curadoria e estudos e a implantação do Laboratório de Arqueologia Alfredo Mendonça, no Centro Cultural Chaminé, o primeiro do Estado, que está sendo adaptado para receber o material, composto por mais de 1,5 milhão de peças de material cerâmico, mais de um 1,4 mil em material lítico (objetos produzidos em pedra) e cerca de 460 louças, recolhidos de 143 sítios identificados à época.

Foto: Divulgação

Seminário

Em seminário on-line, iniciado no último dia 10, segunda-feira, e que encerra nesta quarta-feira, 12, sob o título de “Projeto de Curadoria, Análise e Educação Patrimonial”, estão sendo apresentados os estudos iniciais realizados nos acervos recolhidos há 30 anos dos povos que habitavam aquela região há milhares de anos, destacou o professor Rhuan Carlos Lopes, coordenador do projeto, que reúne também a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Universidade Federal de Rondônia (Unir).

No evento de abertura, a diretora regional do Iphan, Mônica Almeida Nogueira, destacou a importância do acervo e a ação da Iphan na preservação do acervo e após a ação civil interposta pela Justiça, o órgão buscou estabelecer o diálogo com vários setores para realizar a curadoria. 

Foto: Divulgação

O secretário de Cultura do Estado, Marcos Apolo de Araújo, destacou o pioneirismo do laboratório de arqueologia, que no futuro vai permitir ampliar as ações nessa área no Amazonas.

A responsável pelo Laboratório de Arqueologia Alfredo Mendonça, da Secretaria de Estado da Cultura do Amazonas (SEC), arqueóloga Tatiana de Lima Pedrosa Santos, afirmou a importância dos estudos da área onde foram recolhidas as peças de material cerâmico, material lítico (objetos produzidos em pedra) e louças, por ultrapassar as fronteiras do Estado.

Foto: Divulgação

De acordo com ela, a parceria entre SEC, Inside Consultoria e Iphan,  oportuniza a implantação de um laboratório para se estudar um dos mais importantes patrimônios culturais do Estado.

Wagner Veiga, diretor da Inside, por sua vez, afirmou a importância do trabalho considerado pioneiro tanto de curadoria quanto de análise e agradeceu pelas parcerias, que incluiu não só os órgãos, mas também a comunidade do município de Figueiredo e da Vila de Balbina. 

Inovação

Ontem, dia 11, outro arqueólogo, João Aires destacou a inovação do trabalho de análise do tratamento de dados arqueológico, com o uso de um aplicativo, que disponibiliza um banco de dados com a ficha dos bens materiais, agregando todas as informações necessárias para a análise arqueológica. 

Taciane Souza, arqueóloga da Inside, que coordena a área de conservação de restauro, destacou o trabalho de levantamento climático das salas onde ficarão os acervos, cujo monitoramento tem sido constante, com cuidados preventivos essenciais para a preservação do material.

Sobre o geoprocessamento dos dados, uma inovação obtida no trabalho, o arqueólogo Kelton Mendes, destacou ter sido fundamental para a identificação dos sítios e também com detalhes sobre alguns, que permitem conhecer mais sobre os povos que produziram os materiais.

Foto: Divulgação

Com esse sistema, mesmo com poucas informações disponíveis, os pontos da localização dos 143 sítios foram digitalizados e plotados com imagem de satélite para se garantir a geolocalização dos que foram identificados na década de 80 do século passado, esclareceu. “Mesmo com poucas informações, foi possível fazer a identificação da localização dos sítios, alguns dos quais ainda não foram inundados, o que permite novos estudos sobre esses grupos que viveram nessa região”, completou Kelton.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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