'Temos prosperidade a extrair da floresta' afirma Arthur Neto em fórum
Manaus/AM - O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, defendeu o uso da biodiversidade da Amazônia para o desenvolvimento sustentável como ponto de união das cidades pan-amazônicas. “Estou convicto de que temos prosperidade a extrair da floresta e, para isso, ela tem que estar em pé. Somos a última fronteira possível de desenvolvimento do Brasil e com resultado muito bom, do ponto de vista social”, afirmou durante o debate “Desenvolvimento Sustentável das Cidades Amazônicas”, realizado virtualmente na manhã desta terça-feira, 22/9.
O encontro antecipa o Fórum de Cidades Pan-Amazônicas e teve a participação de representantes dos nove países amazônicos, com coordenação do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, Fundação Konrad Adenauer e Way Carbon.
“Temos que explorar o banco genético mais rico do mundo. Mas, temos que ter a aceitação internacional”, disse o prefeito de Manaus, destacando, ainda, que a discussão atual sobre desenvolvimento e sustentabilidade têm, de um lado, os oportunistas – que pregam o desenvolvimento imediato, sem mediar as consequências ambientais – e, de outro lado, as pessoas que compreendem as necessidades do mundo contemporâneo.
Ainda segundo o Virgílio, é preciso que haja união entre os diversos segmentos. “Nós temos que estar juntos, unidos. É fundamental para dar vazão às pessoas de boa vontade, aos cientistas e àqueles que não sendo cientista têm consciência sobre essa importância da Amazônia”, disse. “Esse é um encontro útil e inevitável, com a participação de líderes que têm a consciência de que não é possível falar de economia sem levar em conta as boas práticas ambientais”, alertou.
Política brasileira sofre críticas de Arthur
Arthur criticou a política brasileira que estimula o agronegócio e outras atividades, sem levar em conta as questões ambientais. “Qualquer atividade que inventem na Amazônia dá prejuízo e nem me refiro ao banditismo do garimpo. Falo das outras atividades, como a extração de madeira e o agronegócio, por exemplo. Dá dinheiro por pouco tempo e destrói a floresta”, argumentou.
Além de ser fundamental para o desenvolvimento econômico e social, o uso da biodiversidade para produção de bens com escala internacional é, também, segundo o prefeito de Manaus, uma estratégia para o relacionamento internacional. “Se montarmos um projeto de biodiversidade sério, juntando os cientistas e o conhecimento dos povos da floresta, dos indígenas, sob a proteção do governo brasileiro, teremos o apoio internacional e até as parcerias necessárias. Tudo tem que ser sustentável. A sustentabilidade é a origem do desenvolvimento e do progresso”, defendeu Virgílio.
Arthur acredita que, seguindo essa linha, a pressão internacional em relação à destruição da floresta amazônica e seus efeitos para a humanidade será reduzida, assim como os riscos para a soberania brasileira sobre a Amazônia. “A resposta para a manutenção da soberania é simples: basta uma boa governança da Amazônia. Todo mundo reconhece a bandeira brasileira e todos nos darão apoio e até serão nossos parceiros na exploração sustentável da Amazônia”, considerou.
A participação do prefeito foi elogiada pelo secretário executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo, que destacou o pensamento integral e transversal de Arthur Virgílio, que conseguiu um ponto de articulação entre os tantos temas que envolvem toda a região. “A perspectivas dos municípios nesse Fórum é tentar criar plataformas para que esse combate pelo desenvolvimento sustentável possa ser bem lutado e as ideias do prefeito de Manaus nos inspiram como organizadores”, disse o secretário.
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