“O Amazonas é de longe o estado que está tendo a maior retração na sua produção industrial”. A avaliação é do secretário municipal de Finanças, Tecnologia da Informação e Controle Interno de Manaus, Ulisses Tapajós Neto, e será tema da palestra “O cenário econômico atual: País/Estado”, preferida por ele nesta quinta-feira, 28, às 19h, no auditório do Hotel Novotel, Distrito Industrial, durante o IV Business Experience Events (Bee), evento promovido pela Faculdade Martha Falcão | DeVry.

Para o secretário, que é ex-presidente da Masa da Amazônia, “estamos numa fase de declínio”. “A saída para a crise econômica vivenciada  no Estado passa por uma recuperação completa da economia brasileira que vem, há cerca de um ano e meio, paralisada com as questões relativas ao governo federal”. Ele aponta que o Pólo Industrial de Manaus (PIM) já acumula, aproximadamente, 40 mil demissões, o equivalente a 30% da mão de obra empregada. 

Além disso, segundo ele, é preciso que o Amazonas tenha uma forte presença de exportação para alavancar o atual modelo da Zona Franca. “No País essa é uma dificuldade muito grande, visto que o custo Brasil é muito elevado e, consequentemente, isso faz com que nossos produtos percam competitividade. Por outro lado, a gente vive uma dramática situação de logística: estamos distantes cerca de 4 mil quilômetros dos grandes centros consumidores, tanto pra importar matéria-prima, quanto para levarmos os nossos produtos aos grandes mercados. Temos despesas adicionais muito grandes que reduzem o poder de competitividade dos nossos produtos”, afirmou. 

Melhorar as condições de infraestrutura e logística e contar com uma redução da carga tributária no País seriam o cenário de alternativas ideais para ajudar a deixar a crise. “Hoje a gente tem 40% do PIB aplicado como carga tributária. Isso é muito grande para quem vai competir contra uma China, uma Coreia, que têm cargas tributárias bastante reduzidas”. 

Do ponto de vista político, ele defende a saída que se vislumbra com melhor possibilidade é a de ocorrer o impeachment e o novo presidente da república escolher um ministro da fazenda adequado. “A gente tem pela frente pelo menos mais seis meses nessa situação. Eu penso que o novo ministro da fazenda tem que ser alguém que passe para os investidores, para os empresários e para a comunidade econômica em geral uma imagem de bom, competente e austero gestor”, afirmou. O objetivo, segundo ele, deve ser o de recuperar o que é vital para a economia brasileira: a credibilidade dos investidores. “Se os investidores acreditarem no novo governo, eles voltarão a investir. Com a volta do investimento, a gente vai ter a volta da geração de emprego e com isso a economia começa a se movimentar”, concluiu.

Debate
A IV edição do Business Experience Events (Bee) é um evento promovido pela Faculdade Martha Falcão | DeVry que reúne, a cada três meses, executivos, empresários de sucesso, professores e alunos de MBA da instituição para debater sobre temas relevantes ao mundo dos negócios como gestão, logística, marketing, finanças, estratégia, liderança, venda e gerenciamento de projetos, além de temas político-econômicos. Nesta edição, a coach Maria Angélica Dias Moya, responsável pela consultoria das principais multinacionais do Distrito Industrial, também palestra com o tema “Coaching e Carreira: é hora de se reinventar”.