Seca severa na Amazônia complica transporte de mercadorias
Manaus/AM - A severa seca que atinge a região amazônica está provocando grandes desafios para os moradores e para o transporte de mercadorias. Na cidade de Manacapuru, próximo a Manaus, o nível baixo do rio Solimões, que se torna o Amazonas mais adiante, tem impedido a navegação e deixado barcos encalhados em bancos de areia.
Essa situação dificulta o transporte de produtos locais, como peixes, bananas e mandioca, e também compromete a logística para a chegada de alimentos e água. "Colocamos o barco aqui e, no dia seguinte, ele amanheceu em terra. Não tivemos condições de removê-lo", relatou o pescador Josué Oliveira.
O pescador Francisco da Silva destacou que a água do rio já está ficando verde, indicando a iminente possibilidade de se tornar imprópria para consumo. "Vamos beber a água mesmo assim", disse Francisco, ressaltando a dificuldade crescente para obter suprimentos devido à seca.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta Precoce de Desastres Naturais (Cemaden) informou que a seca atual é a mais severa desde o início dos registros em 1950. A situação foi agravada por uma estação chuvosa fraca e mudanças no uso da terra, que reduziram as áreas de floresta e aumentaram as temperaturas.
No último domingo, o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de crédito extraordinário para lidar com os danos causados pelas queimadas e incêndios na Amazônia e no Pantanal. A medida permitirá que o governo federal enfrente os desafios sem restrições fiscais.
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