Réus do caso Bruno e Dom serão interrogados nesta semana
Manaus/AM- Os principais acusados do assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dominic Mark Phillips, Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, e Rubens Villar Coelho, o “Colômbia”, serão interrogados esta semana. A audiência de instrução e julgamento, marcada para quinta (16) e sexta-feira (17), ouvirá os réus por videoconferência, devido ao fato de estarem detidos em presídios federais de segurança máxima. Amarildo é acusado de ter executado os crimes, enquanto “Colômbia” é apontado como o mandante.
A Justiça apura não apenas os homicídios, mas também o crime de organização criminosa. Nesta ação penal, “Colômbia” é apontado como o líder de um grupo envolvido em invasões e atividades ilícitas na Terra Indígena Vale do Javari, como pesca ilegal e tráfico de munição. A denúncia do MPF (Ministério Público Federal) que o tornou réu como mandante do duplo assassinato alega que o grupo criminoso foi o fornecedor das munições usadas nos crimes.
A acusação sustenta que a emboscada e o assassinato de Bruno e Dom em junho de 2022 foram uma resposta direta à atuação fiscalizatória do indigenista na região. O trabalho de Bruno Pereira prejudicava os interesses financeiros e operacionais do grupo criminoso liderado por “Colômbia”. Além de Pelado e Colômbia, a ação penal de organização criminosa envolve outros oito réus.
A sessão de instrução, que inicialmente ocorreria de segunda (13) a quarta-feira (15) para oitiva de testemunhas e interrogatório dos réus, foi adiada por questões logísticas de disponibilidade do presídio. Enquanto isso, o caso segue em outras frentes: Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima foram pronunciados e devem ir a júri popular pelos homicídios, mas a inclusão de Oseney no julgamento ainda é objeto de recurso do MPF no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O processo judicial é desdobramento de um caso de grande repercussão que teve início com o desaparecimento de Bruno e Dom em 5 de junho de 2022, na região do Vale do Javari. As investigações resultaram em denúncias por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver contra Amarildo, Oseney e Jefferson, além de uma ação penal mais recente (junho de 2024) contra outros cinco homens por participação na ocultação dos corpos, com alguns respondendo também por corrupção de menor.
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