Promotor do Amazonas que chamou Lula de 'bandido' segue sob investigação do CNMP
Manaus/AM - O conselheiro Antônio Edílio Magalhães Teixeira, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), solicitou a prorrogação por mais 180 dias do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o promotor de Justiça Walber Luís Silva do Nascimento. O pedido foi submetido ao plenário do CNMP após o encerramento do prazo original, no último dia 10. O promotor é investigado por proferir ofensas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de tribunais superiores durante uma sessão do Tribunal do Júri em Manaus.
A investigação foi aberta em dezembro de 2023, a partir de uma reclamação disciplinar que relatou declarações ofensivas feitas pelo promotor em junho do mesmo ano. Na ocasião, Walber Nascimento chamou Lula de “bandido” e “líder da quadrilha dos ladrões” e acusou ministros de tribunais superiores de estarem a serviço do Partido dos Trabalhadores. O relator do processo afirmou que as provas, incluindo áudios, demonstram conduta incompatível com o cargo exercido pelo promotor.
Ao se defender, Walber alegou que suas declarações não representavam sua opinião pessoal, mas foram parte de uma estratégia provocativa para questionar a imparcialidade de um jurado. Ele afirmou que o integrante do júri havia feito um gesto político durante a sessão. O conselheiro relator, no entanto, rejeitou os argumentos e afirmou que as ofensas precisam ser apuradas formalmente, conforme previsto na legislação disciplinar do MP.
Além desse processo, o promotor responde a outro PAD por ter comparado a advogada Catharina Estrella a uma cadela durante uma sessão do Tribunal do Júri em setembro de 2023. Na ocasião, ele disse que a comparação seria ofensiva ao animal. Esse segundo processo também foi prorrogado pelo CNMP em abril deste ano.
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