Projeto local vai transformar lixo orgânico em ração para peixes
Manaus/AM - Resíduos orgânicos que antes eram descartados no lixo serão à base de uma nova produção no Amazonas: uma ração sustentável para peixes. O trabalho desenvolvido pela empresa Natuprotein, de propriedade do gestor ambiental Nelson Poli e conta com apoio do Governo do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas e pretende oferecer nova alternativa para o mercado regional no segmento de ração animal.
A ração sustentável é feita de uma proteína natural a partir de resíduos orgânicos. De acordo com o coordenador da pesquisa, Carlos Gustavo Nunes, com o projeto será possível lançar um novo produto no mercado e ao mesmo contribuir para melhoria de um problema que tem se tornado comum nos meios urbanos, o lixo orgânico.
“Estamos aproveitando isso da natureza e tentado escalonar e industrializar esse processo. Esse lixo orgânico teria destino no nosso local, onde propiciaremos a criação de larvas de insetos, no caso as moscas, que irão degradar. Essas moscas, que são nativas da região, vão colocar os ovos e as larvas vão se alimentar desse lixo, com isso, temos o alimento para os peixes”, explicou Nunes.
Segundo o pesquisador, para cada tonelada de lixo orgânico é possível produzir até 900 quilos de proteína. Já a sobra que as larvas não conseguirem comer, pode ser usada na agricultura com a transformação de adubo. Ainda de acordo com o pesquisador, a partir do momento que as larvas são processadas, é possível ter uma proteína com alta palatabilidade por conta dos insetos serem o alimento natural dos peixes na natureza.
“É um alimento que para o peixe é protetor por conter alguma propriedade que são saudáveis para estas espécies. Além disso, é uma fonte barata”, acrescentou.
O projeto foi um dos vencedores do Prêmio Samuel Benchimol, em 2015. Carlos Gustavo Nunes explicou também que existem trabalhos semelhantes a esse em outras partes do mundo. O diferencial da pesquisa realizada no Amazonas, segundo ele, é que as tecnologias e inovações são distintas e voltadas para região amazônica.
A ração para peixes é um dos 40 projetos aprovados no âmbito do Programa Sinapse da Inovação, fruto da parceria firmada entre a Fapeam com a Fundação Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras, que visa transformar os resultados de projetos de pesquisa de universidades e instituições de ciência, tecnologia e inovação em produtos inovadores competitivos, além de fortalecer o empreendedorismo inovador.
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