Omar Aziz dá detalhes sobre a CPI da Covid em entrevista ao Roda Viva
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), foi sabatinado nesta segunda-feira (3), em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, sobre os procedimentos da CPI da Covid-19, da qual ele é presidente
Entre os questionamentos feitos ao senador, estava o de que a CPI poderia acabar em “pizza”. Omar negou que houvesse essa possibilidade e disse que a criação da CPI é de extrema importância, pois segundo ele, o comportamento das autoridades já mudou, desde que a CPI foi instalada.
Aziz chegou a criticar também a falta de planejamento e demora na compra de vacinas para conter a propagação da Covid-19, e falou em “tempo perdido”, ao mencionar a aposta de autoridades pela “imunidade de rebanho”, hipótese que chegou a ser levantada em Manaus. “Não tem imunidade de rebanho, a imunidade é feita com as duas doses da vacina, então a espera foi tempo perdido”, disse o senador ao explicar a convocação do depoimento do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Questionado sobre a denúncia contra o Governador Wilson Lima, sobre o superfaturamento dos respiradores, às vésperas do início dos depoimentos na CPI, o senador afirmou que não acredita que tenha sido feita por questões políticas: “A procuradoria quando faz a denúncia e o juiz aceita, é porque tem motivo. Não acredito que tenha sido feito por questões políticas.”
Omar também falou sobre o “kit covid” e admitiu que a postura e discurso do presidente Jair Bolsonaro, em relação à pandemia, foi negacionista: “Desde o primeiro momento foi negacionista, ele incentivou aglomerações, achava equivocadamente que poderíamos sair dessa pandemia com a imunização de rebanho, isso não aconteceu. Além do mais, essa questão da cloroquina e outros remédios, eu não discuto ciência, não sou médico… Mas acho que os equívocos têm que ser reavaliados e esses equívocos custaram vidas”, afirmou.
O senador ainda falou sobre uma possível blindagem do governo, para evitar que as investigações da CPI avancem, Omar Aziz descarta a possibilidade: “Creio que a maioria das convocações não pode ter embate, o embate não é esse. Tem que tirar o maior proveito possível das pessoas que foram para contribuir em relação a investigação e o que vai ser feito para salvar mais vidas”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
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