No coração da Amazônia, Manaus tem apenas 3% de sua extensão territorial ocupada por vegetação urbana, de acordo com levantamento do MapBiomas. São 2.818 hectares nos 11.401 quilômetros de cidade. O Amazonas detém um índice de apenas 6,6% de área verde urbana.

 A caminho da pior estiagem a história em 2024, o estado ainda sofre com as queimadas, que levam ao calor extremo e ar gravemente poluído. Outras regiões do Norte também detém baixos índices de vegetação urbana, como Amapá (com apenas 2,6% em todo o estado), Roraima (3%) e Rondônia (3,1%).

O Rio de Janeiro é o estado que possui maior cobertura de área verde urbana no país, com 13,1%, seguido pelo Distrito Federal (10,1%) e São Paulo (7,8%). Três cidades brasileiras com maior parcela de vegetação em área urbana estão no Rio: Mesquita (65,99% da extensão), Nilópolis (48,38%) e Nova Iguaçu (35,68%), todos abrangidos pelo Parque do Mendanha, coberto por Mata Atlântica. No Brasil, a Mata Atlântica concentra 61,5% da área nas cidades, enquanto a Amazônia abriga apenas 6,6%.

A vegetação urbana melhora a qualidade de vida, atuando no controle climático e na preservação da fauna. Segundo o MapBiomas, esses espaços são essenciais para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que buscam cidades mais sustentáveis. 

De acordo com especialistas, a falta de arborização pode causar uma série de problemas, como stress e abalo na saúde física e mental. Segundo o ambientalista e doutor em Ciência Florestal Luiz Fernando Schettino, a diferença de temperatura entre uma rua com e sem arborização pode ser de 4ºC a 5ºC.  

“Essas áreas são muito importantes, pois tem infiltração de água que ajuda até a diminuir as consequências das enchentes”, falou Schettino, que ressalta que é preciso de uma a duas árvores por habitante nas cidades.