Inovação em fármacos exige multidisciplinaridade, diz pesquisador
O pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Elizeu Barreiro, defendeu a ideia de que os cientistas tem de trabalhar de forma interdisciplinar durante a sua palestra realizada na última segunda-feira.
A afirmação foi feita na conferência “Novas oportunidades para inovação em Fármacos”, no auditório Adélia Hatem, no Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal de Pernambuco, durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência.
Ele citou o Consórcio Internacional de Sequenciamento do Genoma Humano, onde pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento atuaram em conjunto para dar ao mundo uma das maiores contribuições científicas: o esclarecimento do DNA.
“Esse é o maior exemplo de pesquisa interdisciplinar. Foram mais de 10 anos de pesquisas, com vários cientistas de diferentes laboratórios, que trabalharam juntos e deixaram essa grande contribuição para a ciência. Isso confirma que os grandes avanços da área não vêm de trabalhos individuais, mas da integração de conhecimento”, declarou.
Para o cientista, o processo de inovação em fármacos não fica de fora dessas características. “Essa é uma área que demanda competências em áreas distintas que circundam o ambiente de ciências da saúde”, destacou.
O professor disse ainda que em países emergentes, como o Brasil, onde há poucos pesquisadores e a maior parte está na área acadêmica e não na indústria, a responsabilidade não é somente na inovação. “Temos uma responsabilidade dupla de fazer o avanço do conhecimento científico e, ao mesmo tempo, contribuir para a inovação”, frisou.
Nesse sentido, o pesquisador salientou que o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fármacos e Medicamentos, coordenado por ele, tem congregado em uma rede renomados cientistas de universidades e instituições de pesquisas distintas. “Nossa missão é atuar na descoberta de novos fármacos e na busca de sínteses inéditas para medicamentos genéricos, em todas as etapas do processo que é longo”, disse.
Barreiro afirmou que a intenção é avançar na cadeia de inovação. “Já temos resultados expressivos. São novos compostos candidatos a novos fármacos anti-inflamatórios e antiasmáticos e também estamos avançando no estudo de compostos para o sistema cardiovascular e doenças negligenciadas. Vamos avançar no desenvolvimento desses instrumentos importantíssimos”, finalizou.
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