Manaus/AM – Nesta terça-feira, 3 de junho, o rio Negro ultrapassou em 12 centímetros a cota atingida no mesmo dia do ano passado, quando estava em 29,28 m, mas está abaixo da marca atingida em 2012, que era de 29,95 m. O nível continua a subir em um centímetro por dia e entre os 13 bairros de Manaus atingidos pela enchente, o Puraquequara ja tem casas alagadas.

O bairro, que já foi forte vila de pescadores, hoje tem como atrativos o lago e restaurantes que comercializam comidas regionais feitas à base peixes como tambaqui, tucunaré, pirarucu, matrinxã, entre outros. Mas a vida por lá está difícil.

No comércio Duas Irmãs, uma das sócias, Maria Célia,diz que já está com seus utensílios empoleirados para fugir das águas do lago, embora a clientela não tenha sido atingida e o faturamento do pequeno negócio se mantenha.

Na mesma rua, a São Sebastião, Allan Kardeck Melo não está nada satisfeito e a casa onde mantém o bar e restaurante Paraíso Verde já está com todos os cinco cômodos inundados. Allan lamenta que até a cama ele teve que tirar e procurar abrigo na casa da familiares que moram nas imediações.

Por outro lado, o restaurante continua funcionando, pois está construído em nível mais alto e dá para manter o atendimento, embora com certa limitação de espaço, por causa da cozinha inundada.

Allan mostra com orgulho o trabalho social da Pet Cob, que desenvolve com jovens e crianças do bairro que coletam garrafas plásticas e ele recicla. Tem até uma puxada coberta com esse material em seu estabelecimento.

Na feira de peixe, que funciona no Puraquequara, os peixeiros estão, literalmente, com a água nas canelas e, embora a venda se mantenha normal, o desconforto da água nos pés é ameaça à saúde.