Desembargadores do TJAM batem-boca durante julgamento
Manaus/AM - Na sessão do Pleno do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) desta terça-feira (31), a desembargadora Graça Figueiredo e o desembargador Jorge Lins bateram-boca por conta de um erro técnico.
O conflito teve início quando a desembargadora acusou a distribuição irregular de um processo em julgamento e questionou quem tinha sido nomeado como relator do caso. Jorge Lins protestou e alegou que ela não tinha autorização para se manifestar, alegando que a mesma se declarou suspeita na análise do processo.
“A desembargadora Graça não pode estar se manifestando”, iniciou Jorge Lins. “Eu posso sim, desembargador, saber quem é o relator…”, rebateu Graça Figueiredo, que logo foi interrompida por Lins: “Vossa excelência se deu por suspeita”. Graça de pronto interrompeu: “Eu sei, mas eu quero saber quem é o relator”.
A troca de palavras se intensificou, com ambos os desembargadores defendendo seus pontos de vista. Lins insistiu que Figueiredo não poderia se manifestar devido à suposta incompatibilidade, enquanto Figueiredo queria saber quem era o relator, ignorando a alegação de incompatibilidade.
A desavença prosseguiu, com as vozes sobrepostas e argumentos divergentes. Lins argumentou que a manifestação de Figueiredo era incompatível com a situação, ao passo que Figueiredo defendeu seu direito de se expressar. A tensão na sessão aumentou quando Lins afirmou que o posicionamento de Figueiredo era "incompatível" e "controvertido".
Em resposta, Figueiredo destacou sua longa trajetória de serviços à Justiça e afirmou que nunca tinha manchado sua toga em 43 anos de atuação. Lins reforçou que o debate não se tratava disso, mas sim do processo em questão, enfatizando que Figueiredo não deveria se manifestar.
“Eu tenho 43 anos de relevantes serviços e nunca manchei a minha toga”, afirmou Graça. “Ninguém está discutindo isso, desembargadora Graça. Nós estamos falando do processo atual. Vossa excelência não tem que se manifestar", rebateu Jorge Lins. Graça acrescentou: "Então não se exalte, que eu não estou falando exaltada. O senhor me respeite". Ele replicou: "Me respeite também desembargadora; quem a senhora pensa que é para dizer isso de mim?”.
Durante a sessão não houve manifestação de nenhum dos demais presentes para conter a discussão. A situação foi encerrada após o desembargador João Simões pedir vista do processo, suspendendo o julgamento do caso. O problema inicial sobre quem era o relator do processo em discussão não foi solucionado durante a reunião.
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