A partir desta segunda-feira (18), 80 comerciantes das galerias dos Remédios e Espírito Santo começam a ter aulas de inglês nos próprios centros de compras. A iniciativa, desenvolvida pela Prefeitura de Manaus, por meio da Escola de Serviço Público Municipal e Inclusão Socioeducacional, visa preparar estes trabalhadores para as Olimpíadas de 2016, que terá Manaus como sede de partidas de futebol.

Os microempreendedores que receberão as lições estão inseridos no projeto Viva Centro Galerias Populares, que regulariza e capacita ex-camelôs realocados das calçadas. Eles estarão divididos em duas turmas, uma em cada shopping popular. As aulas serão concluídas no dia 10 de julho, totalizando 46 horas de formação com certificação.

As duas turmas foram constituídas pelos primeiros comerciantes a aderirem ao projeto Viva Centro Galerias Populares, que já passaram por etapas anteriores de regularização e capacitação para poder participar desta nova fase.

A diretora do Departamento de Educação e Aperfeiçoamento da Espi/Semad, Jêania Bezerra, explica que os cursos de inglês para os microempreendedores têm como objetivo proporcionar “melhor diálogo” com os visitantes, do mesmo modo como foi na Copa do Mundo de 2014. “O curso vai proporcionar a compreensão necessária da língua inglesa para incentivar os microempreendedores a estabelecer diálogos com o público estrangeiro que visita o município de Manaus, contribuindo para um atendimento prático e eficiente”, afirma.

Curso adaptado à realidade

Além disso, de acordo com ela, o curso foi elaborado a partir da própria realidade dos microempreendedores. As instrutoras do curso estiveram nos locais, acompanharam o dia-a-dia do comércio nas galerias, e criaram material de apoio às aulas totalmente adaptado às rotinas diárias desses trabalhadores. A ideia é que a familiaridade do material e das aulas facilite ainda mais a aprendizagem.

O subsecretário municipal do Centro Histórico, Glauco Francisco, afirma que a qualificação implementada pela prefeitura, por meio da Espi, faz parte da totalidade do projeto de Galerias Populares, indo além da etapa da realocação desses trabalhadores das calçadas para espaços adequados.

“Nós estamos não só tratando os camelôs de uma forma econômica, mas também de uma questão de qualificação. O fato das galerias estarem localizadas no centro de Manaus, onde a gente tem uma incidência muito grande de visitação de turistas, tanto nacionais quanto internacionais, faz com preparemos esses camelôs pra atender esse público. E isso faz muito mais sentido se a gente avalia que Manaus já teve uma Copa do Mundo e no próximo ano será uma  das sedes das Olimpíadas”, explica.

Qualificação continuada

O subsecretário lembra que a qualificação dos agora microempreendedores é inerente a um processo contínuo por parte do poder público. “Isso faz com que a gente reforce essa qualificação dos empreendedores com relação a outro idioma. Há um processo contínuo de qualificação. Nós já tivemos quatro módulos anteriores, partindo do que a gente entendeu como uma primeira fase. Temos agora o acompanhamento desse novo microempresário até uma nova fase de total independência”, avalia.

A Espi não descarta abrir novas vagas de acordo com a demanda. A Escola já realizou ações similares de capacitação em língua inglesa para outros segmentos de trabalhadores, como foi no caso dos permissionários de feiras e mercados e, também, para servidores públicos municipais, entre eles os agentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Guarda Municipal e servidores da Manauscult e Manaustrans.

A Galeria dos Remédios foi inaugurada em outubro do ano passado, na rua Miranda Leão, Centro, e abriga aproximadamente 220 comerciantes que antes do projeto atuavam na informalidade. Já a Galeria do Espírito Santo, na rua 24 de Maio, também no Centro Histórico, abriga aproximadamente 300 microempreendedores.