O indigenista Bruno Pereira procurou o tio de Amarildo na comunidade São Rafael, em Atalaia do Norte, antes do seu assassinato. O local foi onde Bruno e o jornalista Dom Phillips foram vistos pela última vez antes de desaparecer.

“Ele chegou aqui perguntando por mim e ela (esposa) disse que eu tinha saído. Eu tinha saído 6h. Ele queria marcar uma reunião comigo a respeito do nosso manejo, de pirarucu. Queria ajudar, se a gente aceitasse a reunião dele, com baleeira, com internet", relembrou Manuel em entrevista ao Profissão Repórter exibido nesta terça (21).

O homem também foi questionado pelo jornalista Caco Barcelos se o sobrinho tinha problemas com o indigenista. "Eu não sei. Não vou falar para o senhor que tinha, que não tinha, porque ele vive a vida dele e eu vivo a minha. Porque ele é meu sobrinho não quer dizer que... Eu sou um tipo de pessoa e ele é outra. Não sei o que tem no coração dele. Diz o pessoal que a acusação está pesada contra ele", disse. 

A reportagem conversou ainda com o pescador Jânio Freitas que foi o último a conversar com as vítimas ainda na comunidade.

Bruno e Dom desapareceram no dia 5 de junho no Vale do Javari. Após 10 dias de buscas, os restos mortais da dupla foram encontrados enterrados na mata.