Apenas 4% da população recebeu duas doses de reforço contra Covid no Amazonas
Manaus/AM - O Estado do Amazonas está entre os demais do país em que a baixa adesão às doses de reforço da vacina contra Covid-19 tem respondido pelo aumento do número de casos, diz nota técnica publicada pela Fundação Oswaldo Cruz com base em dados do Ministério da Saúde.
Enquanto no país, a adesão a 3ª e 4ª doses é de 43,44% e 6,63%, respectivamente, no Amazonas, apenas 30,5% e 4%.
O estudo mostra que 83,98% da população do país já foi imunizada com ao menos uma dose e 78,93% têm o esquema primário completo (segunda dose).
No Amazonas, de acordo com o indicador de dados da Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da população de mais de 4.207.714 habitantes, 75,9% das pessoas tomaram a primeira dose, 83,2% a segunda dose, mas só 30,5% recebeu a primeira dose de reforço e apenas 4% a segunda dose.
Os dados melhoram quando o grupo analisado está entre a população de 5 anos ou mais, que contempla um universo de 3.803.752 habitantes, dos quais 83,9% tomaram a primeira dose, 83,2% a segunda, 39,6% a primeira de reforço e 14,55 a segunda dose.
A análise da Fiocruz revela as dificuldades no avanço em todas as faixas etárias e a discrepância na cobertura entre as regiões.
Enquanto nas regiões Sul e Sudeste há um elevado percentual da população imunizada, em outras regiões como a Norte e Centro-Oeste, a vacinação com doses de reforço contra a Covid-19 tem sido evitada.
Há capitais como Porto Velho, onde somente 38% da população adulta tomou a primeira dose de reforço (3ª dose), e Cuiabá, com 43,7%.
A diferença também é observada na cobertura para crianças e adolescentes de 12 a 17 anos, onde áreas do Centro-Oeste e do Norte do país novamente registram baixa cobertura.
Para a Fiocruz, parte desse cenário pode ser explicado pela falta de ações coordenadas e centralizadas das autoridades desde o início da crise de saúde.
O órgão alerta para o fato de que a desmobilização da população em relação à gravidade da doença e a baixa procura por imunizantes em alguns locais e grupos populacionais podem proporcionar uma janela de transmissão da doença e trazer problemas ao sistema de saúde porque permite o surgimento de novas variantes e o aumente a velocidade de contágio da Covid-19.
Os especialistas chamam a atenção para o fato de se você tiver Covid, mas estiver vacinado, na maioria das vezes não desenvolve quadro grave, enquanto 85% das pessoas no mundo que não têm o esquema vacinal completo e que se forem contaminadas com a variante Ômicron, que está em circulação, deverão ser internadas e têm risco da doença evoluir para uma forma grave.
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