Manaus/AM - Neste Dia das Mães, dados dos Cartórios de Registro Civil do Amazonas revelam uma realidade marcante sobre a maternidade no estado: um elevado número de crianças tem sido registrado apenas com o nome da mãe. Desde 2020, mais de 41 mil recém-nascidos foram registrados sem a presença do nome do pai na certidão de nascimento.

Somente em 2024, já são cerca de 7,5 mil registros dessa natureza. No ano anterior, foram 7.440 casos — uma redução de 20% em comparação a 2023, quando 9.319 recém-nascidos foram registrados sem a paternidade reconhecida.

“Os números refletem uma realidade que precisa ser olhada com empatia e responsabilidade. Por trás de cada registro feito apenas com o nome da mãe, possivelmente há uma mulher que assumiu sozinha a criação de uma criança. Os Cartórios de Registro Civil estão comprometidos em garantir a esses filhos o direito à identidade e à cidadania, ao mesmo tempo em que oferecem meios para que o reconhecimento de paternidade possa ser feito de forma acessível, rápida e segura”, disse o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg/AM), David Gomes David.

As informações estão disponíveis na seção "Pais Ausentes", do Portal da Transparência do Registro Civil — plataforma nacional gerenciada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).

Segundo os dados, o Amazonas registrou 6.258 crianças sem o nome do pai em 2020; 7.385 em 2021; 8.450 em 2022; 9.319 em 2023; e 7.440 em 2024. Apenas até maio deste ano, já foram contabilizados mais de 2,4 mil recém-nascidos registrados somente com o nome da mãe em todo o estado.