Aeroclube do Amazonas recebe ordem judicial de despejo
Manaus/AM - O Aeroclube do Amazonas, uma das instituições mais tradicionais da aviação civil no estado, recebeu uma ordem judicial de despejo após decisão da Justiça Federal que reconheceu o uso irregular do terreno público onde funciona há mais de 80 anos. A sentença, emitida no dia 14 de outubro, determina a desocupação imediata da área localizada no bairro Flores, zona Centro-Sul de Manaus, sob pena de multa diária.
Segundo o processo, o Aeroclube ocupava o espaço sem contrato formal de concessão e sem pagar qualquer valor à União. A Infraero, atual gestora do aeródromo, alegou que a permanência da entidade no local impedia a reestruturação da área e comprometia a segurança operacional. A Justiça acatou os argumentos e determinou a reintegração de posse em favor da estatal.
A decisão judicial estabelece um prazo de cinco dias para a desocupação voluntária das instalações, incluindo hangares, oficinas e salas administrativas. O prazo vence neste domingo, e oficiais de justiça já foram mobilizados para garantir o cumprimento da medida.Em entrevista exclusiva, o presidente do Aeroclube, Cassiano Ouroso, afirmou que a entidade foi surpreendida pela rapidez da decisão. “Estamos buscando apoio político e jurídico para evitar que a história da aviação amazonense seja apagada. O Aeroclube formou centenas de pilotos e sempre atuou com responsabilidade”, declarou.
A Infraero, por sua vez, informou que pretende transformar o espaço em um centro de treinamento e manutenção aeronáutica, com foco em segurança e modernização. Uma audiência pública está prevista para os próximos dias, com participação de autoridades, pilotos e representantes da sociedade civil.
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