Projeto manauara ganha prêmio por combate às queimadas
O agricultor José Aldair Coelho Filho, 53, conhecido pelos amigos como Colorau, descobriu uma nova forma de limpar áreas para suas plantações de abacaxi, mandioca, cupuaçu e manga sem utilizar fogo. “Nós aprendemos como fazer um roçado sem colocar fogo”, diz o agricultor. A alternativa para as queimadas, no qual Colorau se refere, é limpar as áreas cortando a grama e plantas e utilizá-las como adubo, formando uma camada de folhas.
Colorau é morador da comunidade Pagodão, em Manaus, e participa do projeto Agroecologia, Certificação Socioparticipativa e Geração de Renda no Baixo Rio Negro, apoiado pelo Fundo Socioambiental Caixa.
De acordo com a cartilha Tecnologias Alternativas às Queimadas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a produção agrícola na Amazônia necessita que seja feita a remoção da floresta ou da vegetação, fazendo com que os agricultores desmatem e queimem as áreas por ser o sistema mais barato de limpeza.
Para tentar transformar essa realidade, o Instituto de Pesquisa Ecológicas criou o projeto Agroecologia. “Oferecemos 10 oficinas com a parte teórica e prática para os agricultores sobre como plantar sem usar o fogo”, explica a coordenadora Mariana Semeghini.
O agricultor Colorau gostou de participar das oficinas e incentiva outros colegas a aderirem à limpeza sem fogo. “Conversei com dez agricultores que também deixaram de usar o fogo”, conta. Para Colorau, o benefício de abandonar o fogo vai além de preservar o meio ambiente. “Além de prejudicar a floresta, o vizinho também pode ser prejudicado caso o fogo passe para a propriedade dele”, diz.
Com o projeto, os agricultores conheceram a agroecologia, que é a agricultura ambientalmente sustentável. Segundo o agricultor, as mudanças são vistas no dia-a-dia. “A plantação agora se desenvolve mais, cresce mais bonita”, acrescenta.
Prêmio Objetivo do Milênio
O projeto Agroecologia, Certificação Socioparticipativa e Geração de Renda no Baixo Rio Negro foi ganhador do Prêmio Objetivos do Milênio, em que a Caixa Econômica Federal é apoiadora por meio do Fundo Socioambiental (FSA).
O Prêmio ODM Brasil incentiva ações, programas e projetos que contribuam para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), desafios propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para melhorar indicadores sociais, como o combate à fome e a redução da mortalidade infantil.
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