“Zoomórficos”, nova obra do artista plástico Francisco Ricardo, está em exposição no Centro Cultural Casa do Parente até o 30 de setembro todos os dias de 10h ás 22h.

O Tema da exposição vem como uma extensão do trabalho de conclusão de curso de Francisco Ricardo, intitulado Pintura Corporal e Organização Social Tikuna, no qual se trabalha o grafismo corporal e sua representação social. O grafismo, pintura corporal, e o petróglifo além de outras manifestações estéticas das comunidades amazônicas são elementos constantes nos trabalhos desenvolvidos durante o período de graduação do artista.
 
A exposição se propõe a um resgate do aspecto primitivos da cidade de Manaus, de nossa ancestralidade indígena, aliada a suportes e técnicas modernas. Os trabalhos desenvolvidos além de referencias no grafismo indígena também apresentam características que vão de encontro aos movimentos Primitivo, Cubista e Modernista.
 
O trabalho, que contou com a curadoria da artista plástica Cristhiane Barreiros, faz parte da Sexta Mostra do Circuito Tela Verde, realizada em parceria do Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Cultura com o Coletivo Talesman. A exposição também conta com o apoio do coletivo IMAO, e da Artrupe Produções.
 
Trabalhar em cima deste tema sempre foi algo que interessou Ricardo: “O trabalho com grafismo corporal é algo que me interessava desde antes da faculdade. Eu sempre procurei trabalhar a cultura amazônica e principalmente a questão dos povos das florestas, as comunidades e as etnias pelo modo de vida e diferença de filosofia e pensamento dessas comunidades, e isso fica bem evidente na arte desses lugares. A pintura corporal e o grafismo sempre me chamaram atenção porque o corpo como suporte é algo que me atrai, é algo que a arte ocidental não valoriza, mas que tem seu poder e seu significado. E em cima disso eu realizei meu trabalho de TCC, que buscava o significado social desse grafismo, especificamente a pintura corporal”, explica.
 
Na Casa do Parente estão expostas 11 obras, mas no total a exposição tem 26 obras divididas em três séries: a primeira, Zoomórficos; a segunda, Máscaras e Contraste; e a terceira, Petróglifo. De acordo com Ricardo, essa primeira fase ainda está em processo: “O projeto ‘Zoomórficos’ está em processo ainda, nesse momento estou no terceiro espaço expondo somente os trabalhos de gravura, no entanto esse projeto abrange intervenção urbana, instalações e videoartes. Essas atividades serão desenvolvidas nos próximos espaços”.
 
A resposta do público à exposição, de acordo com Ricardo, tem sido positiva: “O resultado tem sido positivo, temos uma media 28 pessoas por mostra e entrando em contato com o público vejo que eles têm se agradado das obras. Sendo minha primeira exposição individual creio que consegui criar um publico que se interessa e consome o meu trabalho”, conclui.
 
Junto da Sexta Mostra do Circuito Tela Verde e o Coletivo Talesman será realizado um leilão das 10 obras expostas na Casa do Parente, com lances a partir de R$ 200.