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Crítica: Primoroso, elegante e misterioso, Lupin é uma ode ao bom gosto

Por Portal Do Holanda

09/01/2021 13h34 — em
1 Minuto Nerd por Átila Simonsen


Lupin é a nova série da Netflix. Foto: Reprodução

A elegância nada sutil de Paris, seu ar misterioso e excêntrico intrigante (reais ou não) sempre serão um excelente cenário para uma ótima história. Mas, às vezes, há uma obra que se destaca muito além.

É o caso de Lupin, a nova série original europeia que acaba de estrear na Netflix. A história gira ao redor de Assane Diop, um glamouroso ladrão vivendo na capital francesa, que ganha a vida com grandes furtos inimagináveis (para quem não leu os livros).

 

 

Diop tem uma história em particular com o maior personagem do escritor Maurice LeBlanc. Arsène Lupin, o ladrão-cavalheiro e o mestre dos disfarces, ganhou muitos livros sobre seus feitos nada inocentes e a série é uma verdadeira ode à obra de extremo bom gosto.

Assane passa pelo que ele considera uma injustiça ainda no início da adolescência e, acreditando piamente na inocência do pai, Diop arma mil planos para vingar Babakar (o que acaba envolvendo pessoas à sua volta, terrivelmente).

O primeiro episódio (piloto) já nos conta o que virá: Diop encontra outros criminosos e se prepara para roubar O Colar da Rainha (nome de uma obra de LeBlanc) e este assalto não passa despercebido por um detetive fã de Lupin.

Primoroso, elegante e engenhoso, Assane usa todas as habilidades que aprendeu com os livros do mestre dos disfarces para chegar até o sr. Pellegrini, um dos homens mais ricos e poderosos da França. No processo, sua família e uma recém-amizade acabam por ter destinos horríveis.

Lupin estreou na Netflix

Aos leitores de Lupin, mais uma boa novidade: as reviravoltas estão em seus momentos perfeitos, relembrando (sim) as obras de LeBlanc porém contadas de uma forma mais moderna. Não há uma falha a respeito dos livros – ainda mais se considerarmos não saber a real forma física do mestre dos disfarces – e todas as referências estão lá.

Protagonizado por Omar Sy (o que já é um diferencial, pois ele é negro), a história é curta e envolvente, sem esforço algum. Os cinco episódios nos levam por uma vida que mistura sabiamente o contemporâneo e todas as referências a Lupin, o ladrão de casaca e binóculo em uma Paris ainda mergulhada em sua grande hipocrisia da Belle Époque.

Mas alerta: reserve cerca de cinco horas da sua vida para começar a assistir. Você vai querer saber o que virá: comecei a ver o piloto e fui dormir 2h da manhã.

A fotografia é um caso à parte, os cenários são tão bem montados que é impossível não olhar para todos os lados e a trilha sonora nos faz transpirar.

Lupin é a nova série da NetflixAs atuações são magníficas, comprovando que não há necessidade alguma de todos os atores serem lindos e maravilhosos. Na Europa, já se sabe que beleza é apenas um artifício, não o essencial, e a tal perfeição física fica muito restrita a um pequeno núcleo da série.

Mais que instigante e misterioso, Lupin é uma verdadeira ode ao bom gosto visual e literário.

O final, apesar de clichê, não interfere na genialidade da obra e sugere uma segunda temporada que virá. E como eu sei disso? Um bom jornalista nunca revela suas fontes!

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Átila Simonsen

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