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Após pressão, Ministério da Saúde recua em suspensão de cruzeiros marítimos

Por Folha de São Paulo

14/03/2020 12h31 — em
Coronavírus



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Após pressão dentro do governo, o Ministério da Saúde recuou na decisão que impede a saída de novos cruzeiros no país enquanto durar a situação de emergência pelo novo coronavírus. A medida, anunciada nesta sexta-feira (13), tem o objetivo de evitar a transmissão do covid-19.

A pasta também retrocedeu na recomendação para que todo viajante internacional fique em isolamento em casa por até sete dias a partir da data de desembarque, mesmo sem sintomas do vírus.

As mudanças na posição do governo foram publicadas neste sábado (14) em uma atualização do boletim epidemiológico desta sexta sobre o coronavírus. A nova versão do texto exclui o isolamento voluntário a viajantes e a medida que suspenderia pontos de parada de cruzeiros marítimos.

No documento, o Ministério da Saúde diz que os ajustes foram feitos diante de sugestões recebidas, inclusive por estados e municípios.

Mas, segundo integrantes do governo, a suspensão das rotas de navios turísticos foi contestada pelo Ministério do Turismo e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que passaram a fazer pressão pelo recuo em relação a essa medida.

Uma ala do governo defendeu que a suspensão de cruzeiros marítimos teria efeito bastante negativo no setor de turismo, prejudicando ainda mais a atividade econômica do país. O grupo também reclamou que não tinha sido consultado sobre a proposta.

O objetivo do Ministério da Saúde era evitar a concentração de pessoas, especialmente idosos, nesses locais, onde a transmissão respiratória é mais comum.

A interrupção de saídas desses navios turísticos valeria enquanto vigorar a declaração de emergência, provocada pela expansão da contaminação do coronavírus.

Atualmente, a pasta acompanha, junto à Anvisa, as investigações sobre possíveis casos de infecção pelo novo coronavírus em um cruzeiro atracado em Pernambuco.

 

Apesar do recuo, técnicos do Ministério da Saúde ainda não desistiram de vedar a saída de cruzeiros. A ideia é insistir para que a ideia possa ser retomada no começo da próxima semana.

 

No documento, o ministério diz que a recomendação foi "retirada para revisão e ajuste, considerando a necessidade de diferenciação entre os cruzeiros em trânsito dos cruzeiros que ainda não iniciaram".

 

"Deste modo, essa recomendação será revista para tornar o texto claro e garantir os direitos e segurança dos consumidores", informou.

 

Em relação à recomendação para que todo viajante internacional fique em isolamento em casa por até sete dias, o governo diz que a sugestão foi retirada por causa da dificuldade operacional.

 

O isolamento voluntário fazia parte de um conjunto de medidas não farmacológicas propostas pelo Ministério da Saúde aos Estados para diminuir a transmissão do novo vírus. O objetivo não é impedir o avanço do covid-19, mas reduzir a carga no sistema de saúde.


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