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Seleção feminina vence o Japão, mas é eliminada no seu pior Mundial de vôlei em 16 anos

Por Portal Do Holanda

11/10/2018 10h32 — em
Esportes


Foto:  FIVB/Divulgação

A eliminação precoce — mesmo com vitória por 3 a 2 sobre o Japão nesta quinta-feira — marca a pior campanha da seleção feminina no Mundial de vôlei em 16 anos. Nas últimas três edições do torneio, o Brasil chegou ao pódio: foi bronze em 2014, quando superou a Itália na decisão pela medalha, e prata em 2010 e 2006, com derrotas na final para a Rússia por 3 a 2. Desta vez, ficou em sétimo lugar e sequer avançou à terceira rodada.

O confronto decisivo desta quinta, em que o Brasil precisava vencer por 3 sets a 0 para avançar, começou com boa exibição das brasileiras, que chegaram a abrir 22 a 17 no primeiro set. Mas a virada das japonesas, que fecharam a parcial em 25 a 23, além de ter eliminado do time de José Roberto Guimarães, causou dano psicológico evidente. No segundo set, um passeio das donas da casa: o set terminou em 25 a 16.

O equilíbrio foi retomado no terceiro set, com vitória apertada por 28 a 26. Mas a virada, construída com um 25 a 21 no quarto set e um 15 a 11 no tiebreak, não adiantou. O Brasil foi eliminado pelo Japão no saldo de sets.

— É difícil avaliar agora depois do jogo, com a cabeça quente, em uma partida difícil. A gente sabia que só o 3 a 0 servia, e isso afetou nosso desempenho — avaliou Fernanda Garay. — Pensando no ciclo olímpico, temos que trabalhar, melhorar muito. Hoje em dia, não tem mais bobo no voleibol.

A última participação frustrante da seleção havia sido no Mundial de 2002, disputado na Alemanha, quando o Brasil ficou em sétimo lugar. Naquele ano, porém, o treinador Marco Aurélio Motta sofreu boicote por parte das jogadoras, que estranharam seu método de trabalho em comparação com o antigo treinador, Bernardinho — ele se transferira para a seleção masculina e venceu o mundial daquele ano, na Argentina.

Marco Aurélio não pôde contar com cinco titulares e, portanto, levou uma equipe jovem e sem experiência. Desta vez, José Roberto Guimarães teve as melhores à disposição, mesmo com problemas físicos — a central Fabiana e a oposta Sheilla, que estiveram em Milão-2014, se aposentaram da seleção após a eliminação, também precoce, nos Jogos do Rio, em 2016.

Até o último minuto, por exemplo, ele teve dúvidas em relação à ponteira Natália, que tem tendinite crônica no joelho esquerdo e passou por fase extensa de recuperação. Só foi confirmada às vésperas da estreia, já no Japão. Com a competição em andamento, Fernanda Garay teve problemas nas costas e não entrou em quadra contra o México, três dias atrás, mas foi para o sacrifício contra a Holanda, na rodada anterior.

A lista de recuperadas incluiu ainda a central Thaísa (rompeu parcialmente o ligamento do joelho esquerdo e operou há dez meses), que ainda não está no ritmo das demais. Já a líbero Suelen (operou a mão direita após fratura do dedo anelar), a líbero Gabiru (rompeu o ligamento do joelho direito, em outubro de 2017), a ponta Gabi (operou uma lesão no tendão patelar do joelho direito em setembro de 2017) e a ponteira Drussyla (fraturou a mão direita em junho) se recuperaram na fase de preparação. Além da levantadora Dani Lins, que não jogou na temporada passada para ser mãe e voltou ao batente em maio. Ainda assim, o time teve tempo de treinamento, após o quarto lugar na Liga das Nações, encerrada no início do julho.

Instável na competição, o Brasil chegou a tomar uma virada da equipe da Alemanha e perder um set para a fraca seleção do México, na segunda fase, placares que fizeram falta no final das contas. À distância parece que o Brasil se cobrava demais pelas atuações abaixo do esperado. E o resultado foi pressão, jogo preso até contra rivais sem tanto gabarito. A seleção feminina, bicampeã olímpica em Pequim-2008 e Londres-2012, nunca venceu o Mundial e cometeu erros demais.

NA PRÓXIMA FASE

Com a vitória sobre o Brasil, o Japão avançou em segundo lugar no grupo E, que teve a Holanda como líder e a Sérvia, em terceiro. Já na chave F, a Itália terminou em primeiro, e China e Estados Unidos também conseguiram vagas.

JOGOS DA ÚLTIMA RODADA

Grupo E

México 1 x 3 Porto Rico

Alemanha 0 x 3 República Dominicana

Holanda 3 x 0 Sérvia

Japão 2 x 3 Brasil

Grupo F

Bulgária 3 x 0 Azerbaijão

Turquia 3 x 1 Tailândia

Itália 3 x 1 Estados Unidos

China 3 x 1 Rússia


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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